terça-feira, 30 de setembro de 2008

Idosos, hipocondríacos...

Antes de mais nada cabe dizer que, obviamente, pessoas idosas têm normalmente alguns problemas de saúde. Isso não chega a ser uma regra, mas é bem um consenso.

Mas o que estou a dizer aqui é que, para eles, há um certo tipo de prazer macabro em estar doente. E isso nem sempre significa que estejam muito doentes, ou que estejam sequer de fato doentes.

É meio estranho como conversa entre gente velha, em grande parte das vezes, passa por uma disputa (paradoxalmente) infantil, que parece contar vitória para quem está pior. É um arsenal interminável de males, que deixaria qualquer clínico boquiaberto. São simplesmente heróis, que suportam todo tipo de dor, e sentem prazer com o fato de seus "concorrentes" saberem disso. A disputa é impressionante, o nível de hipocondria é astronômico, e um demonstra uma mistura estranha de compreensão e desprezo pelo problema do outro.

Não é incomum ouvirmos coisas do tipo:

"Olá Juvêncio, como é que está?"

"Ah, já estive melhor Nicolau..."

(Vai começar o jogo)

"Mas o que houve, está passando mal?"

(Falsa imagem de preocupação, tsc tsc tsc...)

"É que minha coluna amanheceu ó... toda ferrada!"
(Problemas na coluna iniciam 75% das conversas)

"Ah, deve ser o clima, meu calo tá reclamando hoje, o tempo deve mudar."

(Uma contra-resposta bem sutil, muito habilidoso...)

"Ah, espero que não, senão minha rinite vai piorar."


"Ih rapaz, isso não é nada, pior é o meu bico de papagaio."

"É, isso é bem sério mesmo. Meu médico falou que eu tenho sorte por não ter esse problema, porque ia ser horrível junto com a minha hérnia de disco."

(Citar o médico é sempre bom, dá consistência ao problema)

"Isso dói muito né?! Eu sei mais ou menos como é, meu ciático não dá sossego."


"Ai..."

"Que foi?!"


"Acho que tô com febre..."


"Mas você parece bem."


"Pode ser dengue."


"Não, acho qu..."


"Pode ser virose."


"Ih que isso, eu tive virose anteontem, tenho certeza que não é."


"Acho que é gripe."


"Tomou a vacina?"


"AHN?! REPETE PORQUE EU SOU SURDO DE UM OUVIDO!"

(E nessa hora ele se curva todo pra frente)

"A VACINA!"


"Não, nunca tive sarampo."

(Nunca saberemos se ele não entendeu mesmo)

"Eu já, três vezes."

(O outro nem se importou, continuou a disputa, apelando MUITO!)

"Tô começando a ficar com dor de cabeça agora, será que é muito sério?"

(Enfim, ninguém sabe ao certo onde isso vai dar, a disputa é extremamente acirrada...)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Arte Contemporânea

"Nossa, olha que... que... que... 'coisa' bonita, né."

É exatamente assim que eu acho que as pessoas pensam ao ver aqueles quadros, ou esculturas, ou coisas que você não sabe bem definir o que são, feitas em tal período da nossa História da Arte.

Mas a arte contemporânea significa pra mim, sobretudo, uma falta de habilidade, que as pessoas tentam mascarar usando um "quê" de pseudo-intelectualidade. Porque não é possível que todos aqueles círculos e cores e rabiscos e formatos estranhos realmente queiram dizer alguma coisa! Mesmo que sejam coisas como a "dor", ou a "solidão", ou o "fogo-no-cú" do "artista".

Coloco aqui alguns exemplos:

Sejamos sensatos. Qualquer pessoa com uma régua e nenhuma noção de espaço poderia fazer isso. E depois bastaria colocar um nome que ninguém entende e um monte de idiotas num museu iriam babar o seu ovo. Pronto! Parabéns! Você é um artista agora.

Meu Deus, será que as pessoas não enxergam que são só rabiscos? Faria todo sentido se o nome do quadro fosse "12 Graus na Escala Richter", mas provavelmente esse aí estaria mais pra "Expressividade Contínua Do Ódio Entre os Povos", ou qualquer coisa nesse nível de babaquice, ou "intelectualidade", como queiram.


" - Ok, ok, é uma propaganda da Omo.
- Não, isso é arte..."


Com sinceridade, se todas as imagens acima são realmente peças de arte, uma criança, ou uma pessoa em crise epilética, ou até um peixe são artistas em potencial. Será que isso é tão difícil de entender?

Na verdade, me parece que essas coisas só são arte porque o público põe os "artistas" num patamar muito alto de inteligência. Porque se, ao chegar num museu recheado com essas coisas, o cidadão, pensante, sem distúrbios mentais sérios, não dissesse o tradicional "Nossa, que impressionante...", e sim um "Puta que pariu! Quem foi o idiota que fez isso?! Meu cachorro cagou um troço parecido semana passada!", que é o que realmente ele pensou, nós estaríamos livres desse tipo de poluição visual.

Então, por favor, não subestime a sua capacidade. Você não sabe o que o cara quis dizer com aquela pintura?! ELE TAMBÉM NÃO SABE!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Dança Comigo."

Não, não é um post sobre festinha. "Dança Comigo" é o nome de um dos programas mais toscos de TV que eu já tive a oportunidade de ver. Felizmente eu tenho senso de humor, o que me rendeu gargalhadas fenomenais nas duas ou três oportunidades que eu tive de acompanhar tão primorosa bosta da TV brasileira.

Começando com uma breve explicação sobre o "programa": Esta coisa passa (ou passava, não sei mais) na Band, nas madrugadas de domingo para segunda. É apresentado por um ser que se auto denomina Jonas Santana. O roteiro consiste num monte de gente dançando ao som de músicas variadas e o apresentador se intrometendo de vez em quando para falar qualquer coisa.

E eram exatamente essas intromissões que me desconsertavam de rir... (porque as mulheres até que eram bem boas)

"Vem, dança comigo, não quero ver ninguém parado."
"Afasta esse sofá e dança, dança comigo vai..."
"Acorda sua esposa, acorda seu marido, vamos dançar."

"Boa madrugada pra você! Eu sou Jonas Santana, e você é você, então... dança, dança, dança.."

MEU DEUS! Que tipo de gente tá em casa sentado no sofá de madrugada e vai atender a um pedido desses?! Era ridículo! Acordar a esposa?! Divórcio na certa! E o pior... o cara era muito estranho! Era um tiozão muito do sem graça, que dançava igual a um coqueiro, sem entusiasmo nenhum! Ele ficava se balançando de um jeito estranho no palco, do lado das mulheres rebolando, e vinha com essas tiradas sensacionais. Ai.. (enxuga aquela lágrima de alegria no canto do olho) ainda consigo sentir a dor na minha barriga depois de tanto rir vendo aquele lixo...

Realmente, pra quem nunca viu o programa fica difícil de entender, mas a Internet é maravilhosa! O Youtube tá cheio de vídeos inúteis, e basta colocar "Jonas Santana" pra aparecerem várias reproduções do show de bizarrices chamado carinhosamente de "Dança Comigo".


(tá, se você for preguiçoso eu facilito:

http://www.youtube.com/watch?v=dfJUd-1tHHA

...nos 15 primeiros segundos de vídeo já dá pra ter uma idéia do que é a verdadeira genialidade.)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um pouco sobre o metrô...

É impressionante como uma coisa simples, como andar de metrô, pode se revelar tão detalhada quando você é obrigado a fazer todos os dias. (Sim, confesso que é porque os 20 minutos diários que passo no metrô são TÃO entediantes que acabo analisando o espaço ao meu redor.)

Quando digo "espaço", quero que entendam que estou sendo irônico, porque no metrô de manhã tem tanta gente que você não consegue nem respirar fundo por falta de espaço pra dilatação da sua caixa torácica. Bocejar, então, nem rola.

O metrô, nos horários de pico, deixa de ser um mero meio de transporte. Aquilo varia de campo de batalha a tabuleiro de xadrez: É crucial que você delimite bem o seu espaço físico, e que isso seja numa posição confortável pra você, porque trocas de posição são complicadas, exigem movimentos estratégicos. Daí esse lance de guerra e xadrez.

(Só fazendo uma observação aqui: estou falando do metrô porque ando de metrô regularmente. O trem da Supervia é BEM pior! Muito mesmo! Deixo aqui os parabéns para a empresa "Metrô Rio", que me proporciona deslocamento ágil pelas manhãs até a faculdade, e ainda integrações tão necessárias e bla bla bla, mas foda-se, porque mesmo com tudo isso ainda tem os horários de pico infernais.)

Imagine então essa cena às 6 e meia da tarde, onde todos estão cansados e suados e mal-humorados. É um prato cheio pra discussões, que realmente acontecem. Metrô tem barraco direto, tudo é motivo pra briga.

Tem estações que são verdadeiros massacres, o metrô abriu a porta e aquele mar de gente na plataforma se joga dentro do vagão. SE JOGA MESMO! E se você bobear, TE JOGAM TAMBÉM! É uma merda! Todo mundo se empurrando, gente caindo no chão, tudo pra conseguir ir sentado. Vale porrada na cara, cotovelo no estômago, não há respeito algum, ali é a lei da selva mermão. Mulher, se tiver medo, vai pro carro das mulheres, o que num muda porra nenhuma: puxão de cabelo, unha no rosto, "Vadia!", "Piranha!".

Aliás, digo que é nesse vagão das mulheres que acontecem a maioria dos barracos. Tenho a impressão que as palavras "Barraco" e "Mulheres" estão quase sempre relacionadas. Juntou um monte de mulher?! Gritaria na certa!

Hitórias bizarras no metrô eu tenho várias. Já vi um cara dando um socão na cara do outro, já teve até uma filha da puta que mijou do meu lado! As amigas não sabiam onde enfiavam a cara. Elas estavam voltando da praia, e a corna tava bêbada, não aguentou e mijou. Ali mesmo, de shortinho e tudo. Caralho, que vontade de matar ela, mané.

" - Fulana, o pessoal tá olhando.." (a amiga disse susurrando)
" - Foda-se, pau no cu de quem tá olhando!" (a mijona gritando)
" - Ai, todo mundo tá ouvindo, pára!" (falou a amiga, mais envergonhada)
" - Pau no cu do mundo!" (Sem comentários...)

(E conforme o metrô acelerava e freiava, o mijo ia se espalhando)

As vezes o metrô me traz surpresas boas também, como no dia em que eu tava saindo da estação inicial, e o condutor manda essa:

"Bom dia senhores passageiros. Eu sou o condutor (esqueci o nome), e informo que o trajeto entre a Pavuna e a Estácio terá duração de 32 minutos. A previsão do tempo pra hoje é de sol, com temperaturas entre 26 e 30 graus."

Caralho cara! Como eu me senti importante. Normalmente você só ouve a voz daquela mulher, dizendo as estações e os recadinhos usuais. (eu já gravei todos, infelizmente..)

Enfim, vou parar por aqui porque tenho coisa demais pra falar, e paciência (minha e de vocês) de menos. Se tiverem que pegar o metrô nos horários de pico, NÃO PEGUEM! Valeu.

Mundo de filme pornô

Aaaah... essas tramas de filme pornô. Praticamente um sonho. TODAS as cantadas das personagens funcionam, e aliás, funcionam muito bem.

O cara pode ser o encanador que vai na casa da cliente (que por coincidência é super gostosa e sem pudores, sempre), que qualquer coisa que ele diga se consolida em uma boa cena, se é que me entendem, em alguns poucos minutos. Sim sim, eu sei que é um filme pornô, e que praticamente ninguém tá ali pra ver o cara realmente consertando o encanamento da mulher (a não ser que você consiga ver alguma maldade nisso), mas ainda sim a história, quando tem alguma, é engraçada.

"Olá, eu sou o encanador. Gostaria que a senhora mostrasse onde está o cano."

Pronto. A mulher magicamente se dispõe a pegar as ferramentas do encanador e assim o filme tem continuidade.

Você, leitor, pode estar agora imaginando todas as vantagens possíveis de uma vida assim, em que tudo que você fala soa como um chamado infalível ao acasalamento. Tudo bem, é natural isso. Mas agora pense um pouco mais além. Conseguiríamos mesmo ter uma vida assim?! ("CLARO QUE SIM!") Deixe um pouco de lado a imaginação de ser um deus infalível da sedução e pense nas seguintes situações...

Você querendo comprar comida:

" - Me vê um frango assado aí..
- Opa! Minha posição preferida!"


Você na pizzaria:

" -Me vê uma pizza de calabresa por favor?
- Ui! Quer que seja aqui na mesa mesmo, gata?"

No bingo:

" - Pedra número 69!" (e você já sabe onde vai dar isso..)

Indo jogar tênis:

" - Ô Cristina, pega as bolas.
- Você quer que pegue o cabo da raquete também, amor?!"


E por aí vão as situações. Qualquer palavra que remetesse a formas cilíndricas resultariam em alguns momentos de prazer, mesmo que a sua vida realmente dependesse dela pegar aquele bastão, ou aquele cabo de madeira! Festas em que tocassem músicas do É o Tchan terminariam em verdadeiras surubas.

"Encaixa, encaixa, encaixa, encaixa, encaixa.. Remexe e agaaacha!"
"... joga lá no meio, mete em cima, mete em baixo."

(Porra, eu sei que as músicas realmente são maldosas, mas a diferença é ninguém "encaixa" nada durante a festa, ou "mete em baixo" ali mesmo com todo mundo olhando.)

Enfim, é um pensamento idiota, mas você às vezes realmente quer "comer" ou "se divertir" no sentido real das palavras, e num mundo de ninfomaníacos maldosos isso seria bem complicado às vezes.

Eutanásia

Um amigo meu me mandou esse texto.

O texto não é mesmo do tipo "humorzinho" que eu costumo escrever, mas eu gostei, é um assunto importante na minha opinião, então vou postar aqui pra compartilhar com vocês, deixando meus comentários prévios:

"MUITO bom! Leiam!"

...e dando os devidos créditos:

"Valeu Adrianoooo! =)"

Aqui está o texto:

"Deus dá a vida e só ele tem o direito de tirá-la, mas não seria vontade dele de uma pessoa ficar doente e morrer, e errado seria o homem de intervir nessa ordem natural agindo a favor da vida da pessoa e contra a vontade de Deus?

E se Deus não age diretamente, a eutanásia não seria um meio de essa ordem natural prevalecer ou somente acontecer? Ele escreve certo por linhas tortas e também age através de seus servos, os humanos certo. Ou não?

Nós temos direito de escolher sobre tudo na vida e isso se chama o livre arbítrio, a liberdade que nos é dada por sermos humanos, mas e quanto à morte? E quanto a nossa própria morte? Seria suicídio a eutanásia autorizada pela pessoa diretamente atingida ou seria eticamente incorreto negar esse pedido a uma pessoa alheia e levá-la ao suicídio proposital?

Até onde vai a definição de homicídio? Apesar de várias perguntas nesse texto essa possui uma resposta simples, a definição é matar alguém. Mas isso envolve a pessoa em sã consciência pedir sua própria morte por motivos quase óbvios? Eu acho que seria eutanásia deixar uma pessoa morrer sob qualquer outra circunstância, há um conflito, não sei como, entre pura semântica ou jurisdição que envolve as definições de eutanásia e homicídio.

Perguntas e mais perguntas como sempre, mas quando e se obtivermos as respostas, iremos entendê-las?

Às vezes não temos respostas para certas perguntas e ao nos questionarmos surgem cada vez mais e mais perguntas. A vida é um enigma e creio eu que nunca será desvendada, ao menos para nós (humanos), e quando nos depararmos com estas respostas (se, e em vida ou não) não iremos debater ou compartilhar (ao menos não em vida), mas isso não passa de somente opinião pessoal e pessimista em relação ao conhecimento em si."

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Jornal Popular

Esse post não seria consistente se não houvesse um exemplo real do que pretendo dizer. Por sorte (e por futilidade minha, confesso) eu tenho registro fotográfico. Sim! Eu ri tanto de tamanho paradoxo que tive que fotografar.


Acompanhe essa notícia do jornal O Dia:


Eu me refiro a notícia da parte inferior, dos jovens presos. Não entrarei numa discussão sobre a notícia em si, quero apenas que entendam essa cena. Tal jornal estava pendurado na banca, normalmente. Eu, como outras centenas de pessoas comuns, parei ali para ler as notícias de capa, porque afinal de contas é de graça ("Putz, que mesquinho..."). Aí então, terminada a minha leitura d'O Dia, fui me distrair com o jornal Povo.

Bem, acho que muitas pessoas conhecem o Povo, e tão rápido quanto as lembranças tão sinistras do jornal são as piadinhas que são lembradas...

"Se você espremer o Povo, sai sangue!"

Enfim, qualquer pessoa que ouça isso, e tenha o mínimo de capacidade associativa, percebe que as notícias, principalmente as da capa, trazem imagens que fariam inveja a qualquer Freddy Krueger. Às vezes dá a impressão de que os fotógrafos do Povo chegam ao local da notícia (93% dos casos, notícias de morte.) e esculhambam a vítima, uma espécie de maquiagem macabra.

"Porra, esse cara aqui morreu de que? Atropelamento? Mas ele tá muito inteiro porra, só tá com a cara arranhada. A gente bem que podia esmigalhar o braço um pouquinho, virar o pescoço ao contrário, umas marcas aqui ficariam bem... RICARDO, TRAZ AQUELE FACÃO AÊ! TÁ NA MALA DO CARRO!"

Mas eu também não estou aqui pra falar das notícias um tanto anatômicas do Povo, e sim desse caso específico, que me fez tirar as fotos. Retomando a história, eu terminei de ler O Dia e fui ver o Povo (curiosidade macabra), e então me deparo com isso:

Reparou?! É a mesma notícia, só que contada por babuínos. Eu não consigo expressar a risada que eu dei na hora, mas é impressionante: "Nove filhinhos-de-papai rodaram bonito..." É o auge do jornalismo! Seria mais ou menos aceitável se fosse um comentário carnavalesco.

"É, realmente essas baianas estão rodando bonito nessa Escola."

Mas não é! É "notícia", a playbozada perdeu! (Hahahaha! Se fode aê!)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eleições

Está chegando a hora do exercício da sua cidadania!

"Nossa, que interessante. ¬¬"

Época de eleição, pra mim, é um conflito de sentimentos. Profundo demais? Talvez, mas é bem isso mesmo. É impressionante como essa coisa toda me deixa puto e feliz ao mesmo tempo. Essa profusão de carros de som, e panfletinhos, e mentirinhas, porra, como se no nosso país a democracia funcionasse de maneira espetacular pra ser tudo tão esporrento assim! Maaaaaaaaass não to aqui pra falar da nossa política, só chamando atenção pra essa porra toda de propaganda eleitoral, em que o candidato põe o seu melhor sorriso, e vai pra TV falar um monte de mentiras. Pior: formulários de mentiras. São mentiras padrão!

"Cultura, esporte e lazer são direitos do povo..."
"Saúde e educação. Vote Zezinho!"
"Fulaninha da Quitanda, tudo pelo social..."

Tá, tá bom, e a felicidade entra onde?

Porra! Já assistiu horário eleitoral na TV?! Eu, pelo menos, cago tijolos de tanto rir! É muito ridículo! É aquele momento mágico em que um cidadão vai pra TV, e, como eu já disse, põe o seu melhor sorriso, que pra minha felicidade às vezes é desprovido de dentes. O cara não sabe nem somar os dígitos do seu número e quer ser vereador! É cada bizarrice que aparece.

Óbvio que na maioria das vezes esses não ganham, e sim os cadidatos mais "cultos", que conseguem além de somar seus próprios dígitos de candidato, somar dígitos na sua conta bancária depois, mas isso não é engraçado.

O que é engraçado mesmo são aqueles que levam figurantes com eles. E tais ilustres participantes têm alguma função específica, como uma frase de impacto ("Nesse eu voto!"), ou fazer alguma coisa visual, como um "V" com as mãos. Mas o pior... é quando ele não faz NADA!

"Me viu na TV? Eu apareço 4 segundos do lado do Juventino Cerqueira, ele é meu primo."

(Nossa, ele tem motivos pra se orgulhar.)

E ainda tem esse lance, o tempo. Daria pena se eu não estivesse chorando de rir.

"Joãogomesahoraéessaquinzemeiaoitotrês!"

Ou então aqueles que rimam, só tem poeta!

"Vote certo. Felizberto."

Tem uns que acham que quanto mais alto você falar, mais votos você ganha, e o bom desses é que eles te pegam de surpresa. Você tá lá vendo uma anta lendo o que ele tem que dizer mais devagar que criança na Classe de Alfabetização e, quando troca de cena, antes que seu cérebro consiga entender o que tá acontecendo vem o boçal gritando, sutil como uma Scania! Eu pelo menos rolo no chão de rir!

E ainda há aqueles que fazem AS promessas.

"Eu prometo trazer saúde 24 horas pro bairro de Santa Margarida e adjacências."
"Vou gerar empregos do Centro até o bairro de Curralzinho."


Porra! "Saúde 24 horas" é uma empresa?! Você gera empregos igual gera plantinhas de sementes?! Dá a impressão que metade dos candidatos a vereador nem sabe o que é um vereador.

"AAAAAAAAAAAAHHH! GANHEI! GANHEI! Err.. mas e agora.. o que eu faço?! Acho melhor pergunt.. Opa! Quanto é o meu salário?!"

Triste realidade, acho que a Dona Carmem não ficaria feliz vendo o Toninho Barbeiro falando isso, ele deveria estar agindo logo o problema da sua dentadura! Só tem político ladrão mesmo!

Bem, vou ficando por aqui. Assistam o programa eleitoral e escolham bem seu cadidato. (como se isso fizesse toda a diferença.)

Inauguração.

Este é o início do blog Nada ao Quadrado, não que isso signifique muita coisa, na verdade não significa nada mesmo, como o nome sugere.

Mas e daí?! Tô fazendo climinha de festa de inauguração de qualquer jeito! Sejam bem vindos! Sentem, peguem um copo!

"Discurso! Discurso! Discurso!"

(Com cara forjada de envergonhado, e um leve sorrisinho no canto da boca.)

"A idéia do projeto surgiu na verdade sem grandes pretensões. O nome não tem motivo especial, e aliás combina com o mesmo, que também não tem um objetivo específico. Mas ainda sim eu tenho metas, tenho objetivos, não medirei esforços... (e nessa parte ninguém ouve mais nada, porque só estão ali por causa da festa..) Obrigado!"




(Clap! Clap! Clap! Clap!)