sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ele é Secretário de Cultura

Estava eu tomando um cafezinho na cozinha e conversando com a minha mãe (coisa que fazemos com certa frequência). Papo vai, papo vem, e repentinamente ela me diz, obviamente estarrecida, que o Rômulo Costa agora é Secretário de Cultura do município de Belford Roxo.

Não se assuste se você não conhece qualquer um dos dois, ou até mesmo ambos, porque na verdade não está perdendo muita coisa. De qualquer forma aqui vai uma pequena explicação que mudará praticamente nada na sua vida: Rômulo Costa é o dono da Furacão 2000, uma empresa que você já deve ter ouvido falar. Belford Roxo é um município da Baixada Fluminense, uma região que é igualmente provável que você também já tenha ouvido falar. Agora com as explicações (mal) feitas podemos continuar com o relato.

Comecei dando aquela pesquisada e vi que a notícia na verdade já é velha (do dia 20 de janeiro), o que nada significa pra mim, já que este não é um blog de notícias. Na verdade o que mais me impressionou foi que isto era de fato uma "notícia", pois eu esperava que minha mãe estivesse apenas enganada. "- Rômulo Costa?! Secretário de Cultura?! Tá maluca?!"

Mas não, para o meu espanto era tudo verdade, o desenvolvimento cultural de um município está nas mãos de um ser cuja vida pode ser resumida a um império "musical" cujos "artistas" não conseguem pronunciar mais do que 4 frases em suas "canções", duas passagens pela cadeia e alguns outros detalhes que felizmente desconheço. Isso me preocupa. Sério.

Na verdade o funk está aí, crescendo cada vez mais, inversamente proporcional ao conteúdo gramatical das letras das composições (não vou entrar mais nos detalhes do estilo porque confesso que quero fazer um outro post sobre isso, aguardem). O batidão tá sempre animando as festinhas, e quem me conhece sabe que eu gosto disso, eu seria hipócrita se dissesse que não. Mas o que me incomoda é elevar este abismo de sabedoria, que declarou em entrevista que "ainda está aprendendo o que é cultura", a um cargo que tem como missão desenvolver projetos culturais para um município inteiro. Eu espero sinceramente que ele aprenda rápido.

Me desculpem aqueles que acham que eu sou desatualizado, e que afirmam que o funk é a cultura do povão e tudo mais. Ok, eu também reconheço o tamborzão como uma expressão cultural, mas sejamos sinceros, é querer rebaixar muito a nossa cultura tão rica, construída por tantos e tantos anos, submetendo-a à cabeça cultural do (agora secretário) Rômulo Costa. Eu penso em inúmeros gênios se rasgando de raiva em suas casas, ou em seus túmulos, porque eles que conseguem, ou conseguiam construir frases inteiras, que fazem sentido e tentam passar alguma coisa útil, são considerados chatos, porque o importante é que quem não é, não se esconde, é o bonde do rinoceronte.

Búfalo Bill.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

E volta a rotina

Há muito tempo que eu não passava por aqui. Desde a última vez fui atrapalhado por alguns fatores, começando com o fato de que estava em fim de período na faculdade, o que me rendia doses altíssimas de adrenalina, e nenhum tempo ou criatividade. Depois vieram as férias, muito boas por sinal, tão bem aproveitadas que eu simplesmente não conseguia sentar e escrever qualquer coisa que fosse. Mas o sonho acabou, voltei à velha rotina, então nada mais obrigatório do que atualizar o Nada Ao Quadrado, mesmo que ninguém mais leia.

Confesso que durante o período de férias eu olhava pra algumas coisas e pensava "- Isso daria um bom assunto pro blog". Infelizmente essas sacadas sempre me escapam, e só serão devidamente abordadas quando forem devidamente lembradas (normalmente por acaso).

Alguns temas até renderiam umas boas linhas de texto, como o Natal por exemplo. Mas ele já passou há muito, nem faz mais sentido falar dele, guardo isto para o próximo dia 25/12.

Não poderia deixar também de lembrar da eleição do Obama. Mas infelizmente só vou lembrar mesmo, devido à importância do fato. Não me atreverei a fazer qualquer análise porque não tenho base, e tenho consciência.

- Oh man...

Calma Obama, ainda terei muito o que falar de você. Só que ainda não tenho nenhum comentário metido a esperto pra fazer.

- Ok, I'll be waiting here!

Passando para um outro assunto que, apesar de fútil, não poderia ser esquecido, temos o início do BBB 9.

A começar pelo número "9", sempre fica aquela sensação de "Até onde isso vai?!" Eu nem consigo lembrar de outras oito edições, me impressiona ver que já passou isso tudo. Mas enfim, essa praga da TV brasileira está sempre aí nessa época, e fico imaginando se já é comparável ao especial do Roberto Carlos, que é a segunda maior certeza da vida, perdendo apenas para a morte.

Agora um segundo comentário sobre o programa: as declarações dos participantes. São dignas de gargalhadas as afirmações "seríssimas" dos mesmos. Quem nunca ouviu as clássicas "- Eu odeio falsidade" ou ainda "- Odeio jogo sujo, vou ser eu mesmo lá dentro"? Chega a ser ridículo ser obrigado a ouvir isso como se fosse uma grande filosofia de vida. Me diz: quem gosta de falsidade?! Quem gosta de jogo sujo?! Quem é que vai dizer que vai ser falso lá dentro?! O esforço do programa para transformar aquelas pessoas normais em grandes ícones é absurdo.

E isso me leva ao terceiro comentário sobre o programa: uma das clássicas frases do Pedro Bial. Não estou falando da "arte da espiadinha", ou qualquer outro sinônimo igualmente débil mental para a satisfação da curiosidade sádica do público brasileiro. Estou falando de outra frase, e essa seria, na minha opinião, pior do que qualquer outra pérola que ele dispara durante a saga do show.

- Vamos fazer contato com os heróis da nave BBB.

Talvez você esteja pensando o quanto eu sou implicante, ou até mesmo idiota por estar reclamando de uma frase tão aparentemente banal, no máximo infantil. Pois eu digo que pra mim essa coisa toda de "nave" e "heróis" mostra o quanto eles tentam passar a idéia de que os participantes do BBB são ícones, exemplos etc. Eu só queria que alguém falasse pra ele que são apenas PESSOAS numa CASA, e ponto! Eu ficaria amplamente mais satisfeito, até porque confesso que assisto Big Brother de vez em quando, e já alerto quem tentar fazer gozação com isso: eu tenho noção do quanto isso é humilhante, não perca seu tempo. (Mas eu garanto que muita gente assiste e não assume.)

Enfim, vou acabando por aqui com esse monte de relatos jogados, e deixo a notícia de que o blog está voltando pra valer, prometendo os velhos e usuais temas e textos engraçadinhos (ou tentando ser engraçadinhos, pelo menos).