domingo, 26 de julho de 2009

Tecnologia de Polishop

Todo mundo conhece as propagandas da Polishop. Na verdade elas são tão famosas quanto os que fazem comédia delas. Pois então, não poderia deixar de um dia falar desse estilo tão único de vender produtos tão sensacionais.

Se querem saber minha opinião, eu acho alguns produtos da Polishop realmente incríveis. Muitos deles são bem úteis mesmo, talvez um pouco caros, mas ainda sim úteis. Enfim, não vou falar da qualidade dos produtos, nem do método de vendas (que também é engraçado), mas sim da tecnologia aparentemente alienígena que a gente vê nessas propagandas. É muita apelação.

Pois então, sem mais rodeios, vamos aos exemplos. Começo aqui por uma incrível "chapinha" de cabelo, que aparentemente se chama "Conair I. Steamer", ou algo assim.


Ok, você pode dizer "nada de mais, vermelhinha, design bonito." De certa forma eu não diria nada muito diferente, mas essa incrível peça dispõe de nada mais nada menos do que a magnífica tecnologia do "Vapor iônico"! Sim, você pode nem acreditar, mas é a mais pura verdade.

E o que seria isso?

Não sei. Mas que isso deixa seu cabelo mais liso, hidratado, brilhante e forte, ah... isso é fato.

Talvez a maioria de vocês já tenha visto o Ab Stretcht. É uma máquina pra fazer abdominais mais eficientes. Garante que você vai adquirir aquele tanquinho bonito.


Parece uma cadeira de tortura, e lembra muito todas as outras cadeiras de abdominais que vieram antes. Mas não, essa aí é uma relíquia da ciência, uma pérola da superação intelectual, a cereja do bolo das idéias geniais. Tal equipamento traz enovelado em sua composição, aparentemente simples, o fabuloso upgrade do "Movimento biomecânico pantográfico". É galera, não é pra qualquer um não, isso pode mudar sua vida.

Mas o que isso significa? Nosso querido Aurélio explica: É um movimento baseado nos fundamentos mecânicos das atividades musculares, e que ocorre por meio de varetas metálicas articuladas que formam uma rede de losangos deformáveis.

Não, te garanto que não vai te matar, vai te dar um abdômen definido. Na prática quer dizer que eles usam umas hastes metálicas, que copiam o movimento do abdominal, mas falar desse jeito não teria graça nenhuma.

Mais recentemente eu tenho visto com frequência na TV o tal do Lift'n'shape. Ou seria o Slim'n'lift? Enfim, tanto faz. Acho que alguns de vocês já devem ter visto também. É tipo um maiô, que aperta o corpo da mulher, e faz milagres.



Com certeza você já viu algum produto deste tipo. Mas esse aí, rapaz, te garanto que não. Esse aí é diferente. Esse aí tem as maravilhosas "Faixas de compressão programada", além é claro de ser feito em "Microfibras resistentes", que deixam sua pele respirar.

Pois é, dá até vontade de rir. Na verdade eu ri mesmo. As tais microfibras resistentes na verdade não explicam nada, mas o nome é bonito que só ele. E as faixas significam apenas que o maiô não sai apertando o corpo todo aleatoriamente, ele tem umas faixas em lugares específicos que apertam, e isso, APENAS ISSO, afina, modela, define e esculpe seu corpo, reduzindo até dois números do seu manequim, compre agora e leve inteiramente grátis o...

domingo, 19 de julho de 2009

Lendas da infância

Ser criança é uma emoção atrás da outra. A vida de criança é cheia de perigos e armadilhas escondidas em quase todos os atos do dia a dia. Tudo que a criança faz tem uma consequência terrível, me admiro que não desenvolvam alguma síndrome do pânico, ou algo desse tipo.

Não entenderam? Pois então, quem não se lembra das lendas, completamente sem fundamento, que nossos pais contavam pra gente? Pelo menos os meus contavam pra mim. Eu ficava um poço de nervos achando que se eu forçasse os olhos pra ficar vesgo, e nesse exato momento um brisa batesse de frente no meu rosto, eu iria ficar vesgo pro resto da vida. Juro, minha mãe falava isso pra mim. E hoje em dia simplesmente não vejo o porquê disso. Não faz o menor sentido!

Vamos a outra então. Essa é mais clássica, na minha opinião. Minha mamãe sempre dizia pra mim que se alguém "me pulasse", eu não iria crescer mais, e que o único modo de desfazer essa maldição terrível... era que a pessoa "me despulasse".

Talvez vocês nunca tenham ouvido essa, então pra quem não entendeu vai uma breve explicação. Lá está Juquinha, brincando de pique com seus amigos, e depois de uma corrida para não ser pego, ele tropeça e cai na grama. O pequeno Jonas, amigo de Juquinha, estava correndo também, e para não pisar no seu tão estimado coleguinha, apenas pula por cima*. Bonito, não?

NÃO! Juquinha logo visualiza sua mãe, dizendo "Você não vai crescer nunca mais!", e com temor nos olhos, corre desesperadamente atrás de Jonas, aos brados de "ME DESPULA! ME DESPULA!". A cena é digna de pena.

Além disso, essa maldição era extensível ao fato de você passar embaixo das pernas de alguém, e para reverter o problema, você teria que passar de novo, só que em sentido contrário. Tudo tinha um protocolo muito bem estabelecido, e ai de você se não seguisse.

Existem outras lendas que eu vejo minha mãe seguindo até hoje. Por exemplo, ela não lava a cabeça no primeiro dia da menstruação, e quando está menstruada também coloca uma toalha por dentro da blusa, na altura da barriga, pra lavar louça. Aparentemente ela passará mal se descumprir qualquer uma dessas exigências.

Minha vó só corta o cabelo na lua crescente, pro cabelo crescer mais.

Além disso, se você deixar o chinelo virado, ou então ficar andando pra trás, sua mãe morre. Isso, sua mãe morre.

Assoviar de noite dá azar, sei lá porque, mas dá azar.

E por aí vai. Já ouvi muita coisa quando era criança, não sei como eu não ficava confuso, dá até pra confundir esses efeitos todos. "Peraí, se eu cagar depois de tomar banho, eu fico com prisão de ventre ou é o meu cachorro que vai sofrer um acidente?".


* Nenhuma criança foi ferida nesta dramatização.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Novidades

Pois é, meus tão fiéis leitores (que normalmente não vêm aqui por conta própria), como podem reparar, o NaQ está com cara nova. Se não repararam, enfim, eu nunca achei realmente que as pessoas prestassem muita atenção no meu tão anônimo blog.

Eu queria dizer aqui que eu tenho um sonho...

- I have a dream too!

Err... ok Martin. Mas como eu ia dizendo, eu tenho o sonho de que, um dia, eu não precise mais ficar catando as pessoas por aí pra dizer que eu atualizei o blog (mas até lá, continuo catando mesmo).

Por isso dei uma mudada na cara disso aqui. O layout tá diferente, e até criei um banner (não tenho certeza se o nome daquilo é banner), no paint mesmo. E como prometido na última postagem, eu estava querendo estipular dias certos da semana pra atualizar o NaQ, na minha cabeça isso faria com que as pessoas viessem procurar sem eu ter que ir atrás delas. Até porque, cá entre nós, isso é muito cansativo, e vai contra o meu tão singelo sonho.

Contudo, eu estava pensando "uma postagem por semana pode ser pouco". Fácil, tive a idéia genial de estipular DOIS dias. Ah, como sou inteligente. Só que depois eu pensei que talvez fique difícil postar certinho, porque agora tudo bem, eu estou de férias, mas infelizmente um dia eu volto a estudar, e aí já viu, né.

Enfim, pensei pensei, e não pensei em nada. Aceito sugestões, e enquanto isso as coisas vão continuando como antes mesmo.

Pra finalizar, eu deixo uma promessa aqui: esse domingo vai ter mais postagem. Marquem nos seus calendários.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Ibope da morte

Comunicado: Olá amigos cada vez mais escassos do NaQ. Não vou mais ficar falando sobre quanto tempo eu não atualizo isso aqui, nem ficar dando desculpas. Dessa vez apenas vou dizer que realmente ando com vontade de manter o blog, e por isso estou projetando atualizá-lo toda semana, pelo menos. Na verdade, queria estipular um dia certo da semana pra sempre (tentar) atualizar. Este post de hoje será excepcional, pra dar um gás, ainda pensarei no dia certo (talvez sejam às quintas-ferias, verei isso depois). Obrigado, e boa leitura.

Cá entre nós, o povão gosta de morte. Gosta mesmo, se amarra, a galera é sádica.

Quando alguém morre, ninguém simplesmente deixa que elas morram e pronto. Não, não teria graça, talvez a morte tenha algum misticismo sinistro que eu simplesmente não entendo, ou talvez seja legal ver um presunto estirado no chão. De qualquer jeito, isso é um fato.

Começando pelo exemplo mais famoso de morte na atualidade, nosso eterno Rei do Pop, Michael Jackson. Ok, o cara morreu, eu entendo a explosão de clipes do cara na TV, afinal de contas ele era bom mesmo. Isso eu até encaro como uma espécie de homenagem, mesmo que não suporte mais ouvir que Billie Jean is not my lover. Tá tão sério o negócio que eu não consigo parar de cantar os pedaços que eu sei das músicas, e sinceramente não gosto muito disso. Beat iiiiiiiiiiiiiiiit!

Mas não são os intermináveis especiais sobre ele na mídia que me incomodam, e sim os "extras". As pessoas não param de falar sobre a vida do cara nos programas, passam horas discutindo como o pai dele era cruel, como o menino Michael era explorado, quantas plásticas ele fez, se o nariz era de verdade, que ele mudava de cor, se dava uns pegas no Macaulay Culkin (ou seja lá como se escreve o nome desse moleque), e uma infinidade de outras besteiras, só porque o cara morreu. Sinceramente, não vejo respeito nenhum, graça nenhuma. Até fantasma do cara já apareceu em Neverland. Será que ele não podia apenas morrer? Aí rolavam as homenagens, as pessoas choravam e pronto.

Você então pode me dizer que isso é extremamente normal, ele era uma das pessoas mais famosas do mundo. É, eu sei disso. Mas há os dois lados da moeda. O Michael morre, e as pessoas falam dele. E se o Seu Antônio tem um infarto fulminante no meio da rua? Aí é pior, vira velório.

É impressionante. Defunto no meio da rua é praticamente ponto turístico. Infarto nem é o mais badalado, maneiro mesmo é quando tem atropelamento, ou bala perdida. Se tiver sangue no chão? Bom. E se tiver um braço no chão? Melhor. Pra mim a quantidade de gente que fica ali "velando" o ilustre morto desconhecido é diretamente proporcional à deterioração do mesmo.

Certo dia eu estava voltando pra casa, e quando chegava na passarela que eu normalmente atravesso notei aquela aglomeração típica. Logo imaginei que houvesse alguém estirado ali. Obviamente, eu estava certo, realmente havia alguém morto na calçada em frente à passarela. O problema é que eu comecei a notar alguns elementos fora do comum. Primeiro, também havia gente "trepada" na passarela pra ver o defunto. Segundo, havia um carro do jornal "O Povo" do outro lado da passarela. (se você não conhece o jornal, leia um post antigo meu, chamado "Jornal popular")

Eu achei aquilo meio demais pra ser só um atropelamento, por isso tirei umas fotos das pessoas que tavam ali, talvez eu pudesse postar no blog.












Desculpem a falta de qualidade das fotos, mas elas servem bem pra ilustrar a quantidade de desocupados que ficaram ali só pra ver o rapaz que tinha morrido. Pois é, a foto da esquerda foi tirada de cima da passarela, e mostra as pessoas na rua. O cara tava atrás do carro laranja da polícia. A foto da direita mostra as pessoas em cima da passarela, parecia uma arquibancada. Estavam só esperando o rabecão marcar um gol.

Mais tarde eu descobri que esse homem tinha sido esfaqueado numa briga por causa de dinheiro. Ele era engraxate, tinha roubado um outro engraxate, ou algo assim. Um pedaço do seu coração estava caído na calçada. Agora tá explicado.

Por isso eu digo e repito, o povão é sádico, do contrário jornais como o Povo, Meia Hora e Expresso não fariam sucesso. Além disso, eu já perdi a conta de quantas vezes já tive o seguinte diálogo:

- Você faz Medicina né?
- Faço.
- É legal?
- É, eu aprendo a ajudar as pessoas e...
- VOCÊ JÁ VIU ALGUM DEFUNTO?!
- Já...
- E ELE TAVA EM PEDAÇOS?!
- Err... sim, mas...
- AI, QUE LEGAL!

Pois então, se você reclama que não é popular, não se preocupe, no dia da sua morte todos vão ficar horas falando sobre você. Mas é sempre bom se você se jogar na frente de um trem, porque ataque cardíaco não sangra, não esquarteja, a não ser, é claro, que você tenha um ataque e caia de um prédio, porque assim... enfim, acho que vocês já entenderam.