terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nomes

Já perceberam que a maioria dos grandes esportistas brasileiros não tem nomes razoavelmente brasileiros? Pra mim é no mínimo curioso que eu torça para pessoas que, se não estivessem de verde e amarelo nas Olimpíadas, talvez eu nem soubesse que também vieram da nossa pátria mãe gentil.

Vamos lá, automobilismo. Temos Barrichelo, Piquet, de Ferran, Burti, Senna etc. Se bem que eu já conheci um Senna uma vez, mas mesmo assim. Talvez os Silvas sejam mais lentos.

E no atletismo. Temos a nossa brasileiríssima Fabiana Murer no salto com vara. Já no salto em distância temos a inacreditável Maurren Higa Maggi. Essa então parece uma mistura de francês, japonês e tempero, um genuíno croissant de galinha caipira crua.

Natação. Que me desculpe o Thiago Pereira, mas o Cesar Cielo tá um monstro. E não esqueçamos do nosso querido Xuxa, ou Fernando Scherer.

Sem sair da água, mas entrando nos barcos à vela, temos os irmãos Lars e Torben Grael, e o lendário Robert Scheidt. Fala sério, custava ser um João de Souza?

E no tênis? Vamos lá, quantos Kuerten você já conheceu na vida? E quantos Meligeni?

Ginástica artística. Êita família Hypólito! Pelo menos a Daiane inventou o salto "dos Santos" pra dar uma moralzinha para aqueles que, como eu, tem nomes extremamente comuns e sem graça.

Pois é, ninguém enrola a língua pra falar meu nome, ninguém pede para eu soletrar o dificílimo "Albuquerque Almeida", e eu até começo a achar que mesmo que eu não fosse um obeso sedentário sem talento esportivo, eu nunca iria tão longe numa carreira atlética, meu nome é muito fácil.

O pior é que essa tendência parece ser válida até fora do meio esportivo. Nossa top model Gisele Bündchen é tão chique que o nome dela ainda tem trema. E supondo que um dia eu descubra alguma coisa científicamente importante, acho que "Teoria de Almeida", ou ainda "Corpúsculo de Albuquerque" são nomes meio sem graça. "Teorema de Pitágoras", "Cápsula de Bowman" e "Fórmula de Hardy-Weinberg" são nomes tão mais legais, têm um tchan qualquer.

É claro que você, antenado nas questões sociais, um genuíno estraga-prazeres, pode dizer que isso tudo é por causa das famílias tradicionais, riquinhas, de onde essas pessoas de sucesso vieram. Ok, você deve estar certo, até porque achar que é coincidência é demais, mas você está certo e é muito chato, só pra constar.

Talvez por isso que nós vemos no futebol essa penca de apelidos escrotos. É o jeito moleque do brasileiro, a informalidade, e blá blá blá. Só não esqueçam que o nome do Kaká é na verdade Ricardo Izecson, e sim, eu sei que ele é de família rica, mas dane-se.

Aliás, uma particularidade dos nomes dos futebolistas me espanta. Só no meu Mengão por exemplo, nós vimos nesse ano Aírton, Éverton, Lenon, Welinton, Kléberson, Ibson e Émerson. A escalação na Globo chega a rimar desse jeito. Curioso é que "son" é filho em inglês, então, a menos que os nomes dos pais dos três últimos sejam Kléber, Ib e Émer, o que eu duvido muito, eu me preocuparia se fosse algum deles.

Enfim, voltando ao assunto, acho que essa tendência é tão óbvia, que os Pereiras, Silvas, Santos, Mouras, Limas, Gouveias, Gomes, Souzas e Costas por aí acabam dando nomes para seus filhos na tentativa de torná-los únicos. Talvez seja o sonho de ter um filho famoso. O problema é que eles não entendem que a mágica tá no sobrenome, né.

Rapaz, é cada atrocidade que aparece. Darei exemplos, todos nomes de alunos da minha mãe, retirados dos diários de turma dela. Aí vai: Ohara, Raíza Paulina, Dayna, Jassanã, Keitley, Yarla, Gerald Fulgêncio, Allef (da Silva Costa), Carolaine, Lauany, Kevin (Lopes Faria), Indayara, Kercia, Andrew (Gomes de Souza) e Luessa.

E pra completar, o nome vencedor: Raylander de Azevedo Monteiro, o aluno imortal.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eu gosto de carne

Olá, amigos. Eu iria postar ontem, mas, como os senhores sabem, foi Dia dos Pais, fiquei fora o dia quase todo, e ainda estava sendo afetado por uma dor de dente que parecia uma praga do inferno. Não me surpreenderia se achassem um ET microscópico, sacana, segurando uma mini-britadeira, com uma carinha toda sádica, se divertindo pra cacete dentro do meu incisivo. Pra completar, não sei se algum de vocês sabem, mas eu não fico muito tranquilo deitado na cadeira do dentista não. É uma sensação muito forte de impotência. Você tá lá, deitado, de boca aberta, e ele te dominando com aqueles artefatos modernos de provocar a dor. Que bom que tá tudo certo agora, estou vivo.

Enfim, fui para um churrascão, não tive tempo.

Aliás, toda vez que eu como carne eu confirmo que acho uma estupidez ser vegetariano. Sim, eu gosto bastante de carne, não adianta, seus argumentos impregnados de celulose e clorofila são inválidos. Aliás, quem é que não odeia aqueles naturebas chatos, que acham você o câncer da humanidade só porque come carne? Não me leve a mal, fico bem por aqui com meu bife, e não encho o saco da sua salada, aliás, eu gosto de salada.

Um vegetariano desses num churrasco então... putz, parece uma lesma num pote de sal, lá no seu cantinho, com aquela cara de torturado. Fica dando aqueles palpites chatos, sabe? Aqueles argumentos aparentemente científicos que justificariam o fato dele ser superior só porque é o terror das plantinhas. Você passa com seu pratinho cheio daquele boi sangrando, com uma farofinha, todo feliz, e é nesse momento que aparece o sujeito com as curiosidades do Discovery Health na ponta da língua. Pois é, não tenho nada contra o Discovery, nem contra os vegetarianos, desde que não tentem me convencer a abrir mão da minha carne querida.

Então, se você acha que vai mudar o mundo abdicando do prazer de comer carne, por mim tudo bem, eu te respeito, só que não dou a mínima. É aquela velha máxima, é chato discutir religião, ou política, ou futebol, ou hábitos alimentares, quase nunca leva a nada.

De fato, não tinha nenhum natureba chato no churrasco, nem qualquer vegetariano. Foi tudo tranquilão, e eu nem sei porque tô falando disso, meus amigos vegetarianos são super legais.

Valeu galera. Muita paz, vinagre e azeite pros senhores. Fui.

domingo, 2 de agosto de 2009

Filmes animais

O assunto de hoje não é muito extenso. Não tem nada pra dizer, fazer piadinha ou filosofar, nada mesmo. Ele já faz tudo isso por si só.

Então lá vai (no melhor estilo stand-up comedy): qual é a dos filmes com animais? Sério, o que há com esses filmes? Cadê a graça?

Não me refiro às animações como Madagascar, ou aos engraçadinhos como A Marcha dos Pinguins, mas sim àqueles estilo Free Willy, Beethoven, K9, e por aí vai.

São cachorros esportistas, gatinhos heróicos e pássaros piadistas, de tudo por aí. Uma infinidade de baleias, pinguins, hamsters, golfinhos, ou qualquer integrante exótico da fauna fazendo as coisas mais extraordinariamente absurdas que você puder imaginar. Cabe qualquer coisa, sua cacatua pode jogar bola, seu ornitorrinco pode fazer seu dever de casa, seu irmão pode desarmar bombas. E obviamente, essa qualidade de roteiro refinada lhes garante o direito de serem televisionados pelo menos duas vezes por semana na Sessão da Tarde. "E não perca, na sessão da tarde, as trapalhadas de um peixinho muito esperto. Geraldo, um peixinho do barulho!"