domingo, 8 de agosto de 2010

A vida de um revolucionário

Não, esse não é um post chato, sobre a história de um Che Guevara qualquer da vida, fique tranquilo.

Estou aqui hoje pra explicar como que é, literalmente, o processo de vida de um revolucionário. Aquele tipo de gente que não aceita só nascer, crescer, reproduzir e morrer. NÃO! Vou falar da vida daqueles pra quem a vida, em si, é mais: é uma luta constante pra quebrar os padrões da sociedade, pra se livrar das amarras do sistema, blá blá blá coisa e tal... Ah, vamos logo falar dessa bagaça.

Na infância não tem jeito. O melhor modo de ser uma criança revolucionária é ser bagunceiro. Quer transtornar a sociedade? Quer quebrar limites? Então quebre as coisas da sua casa, transtorne a paciência dos seus pais. Seja aquele pirralho melequento, que corre pelado, cai o tempo todo, vive todo ralado, sangrando, cheio de casquinhas. Aí você arranca suas casquinhas, bate no seu irmão menor, nos seus amigos e inferniza sua professora. Tente ser expulso da escola.

Um revolucionário mirim legítimo é a encarnação do capeta, o retrato falado do chifrudo.

Conforme o revolucionário cresce mais um pouco, ele tem que mudar a estratégia. Na pré-adolescência não vale mais a pena ser um pentelho que destrói tudo ao redor, senão você deixa de ser revolucionário e vira um imbecil (se bem que esses conceitos se confundem um pouco, às vezes). Normalmente, quando o revolucionário abandona os brinquedos, e dá alô pros primeiros pentelhinhos, ele vira roqueiro.

Sim, aparentemente, os jovens acham que conseguem encher o saco dos pais e chocar a sociedade sendo roqueiros. E eles estão certos, mas é importante lembrar que nessa fase de "roqueirinhos" existem várias subdivisões. Vamos falar um pouco delas.

Os punks são simples, largados, e cagam pra porra toda. Os grungies são sujos, rasgados, e cagam neles mesmos. A galera do hardcore é a mais revoltada, são os mais pilhados e agitados, gritando por aí suas musiquinhas contra o sistema. Já os metaleiros tentam chocar pela estranheza, suportam qualquer calor do mundo usando roupas pretas, cabelos longos cheios de sebo, espinhos e cintos com bala de metranca. Um pouco mais exagerados que esses são os góticos, que são viados em preto e branco.

Falando em viadagem, há aquelas tribos de roqueirinhos que geram mais polêmica. É uma porra de moda mais atual, que eu queria muito saber quem inventou, só pra poder enfiar um cabo de vassoura no... enfim, deixa pra lá, vamos falar deles.

O chamado "emo" é aquele tipo de roqueiro homossexual, de franja, magrelo, que usa roupas apertadinhas e chora por tudo. Importante saber que, na maioria dos casos, não dá pra distinguir os emos macho dos emos fêmea. Sim, infelizmente, eles chocavam a sociedade. Ninguém conseguia olhar para um emo e não dizer "mas que porra é essa?". Tudo ia bem, eles até conseguiam o que queriam, mas aí alguém achou que eles eram muito tristes e incolores, e com isso nasceu essa moda toda de gente colorida, que também são uns viadinhos, de franja, magrelos, com roupas apertadinhas, mas com o diferencial, as roupas são de cores fortes, não combinam, e eles são felizinhos. Muito mais chocante, os olhos ardem só de olhar pra eles.

Portanto, um pré-adolescente quebra as regras da sociedade sendo um roqueiro revoltado, que luta contra o sistema, ou transa com pessoas do mesmo sexo.

Conforme o revolucionário continua crescendo, virando um adulto, o rock continua presente na sua vida, só não pode mais ser do tipo colorido e homossexual. Lembrem-se, adolescente é gay pra chocar (ou porque é confuso), mas adulto é gay porque gosta. E essa porra de ser colorido é ridículo quando você fica mais velho, só o Fiuk que não entende isso.

Contudo, há dois conceitos importantes que nascem na vida do revolucionário quando eles está perto de se tornar adulto: a alternatividade e o socialismo. Sim, nessa idade, ou o revolucionário gosta de ser alternativo, gosta de gostar do que ninguém gosta, ou ele se amarra em socialismo, Cuba e Che Guevara. Pode ser que ele abrace as duas causas.

Nesse barco dos alternativos há os conceitos de "indie" e de "cult-bacaninha". Eles são mais ou menos a mesma coisa, só que os primeiros gostam de curtir bandas desconhecidas, independentes (daí o nome "indie"), e têm um gosto alternativo ao da sociedade em geral. Ou seja, são uma espécie de Do Contra. Já os segundos, os cult-bacaninhas, são aqueles chatos que se acham super alternativos e ficam tentando mostrar isso pro mundo, posando de cinéfilos, amantes de arte contemporânea, ou qualquer outra coisa que eles considerem original e que irrite as outras pessoas com informações inúteis. Ou seja, eles forçam pra ser alternativos e não conseguem guardar isso pra si próprios. Ser indie é bacana, ser cult-bacaninha é escroto, guarde isso.

Já o grupo dos socialistas é bem característico. É aquele rapaz barbudinho, cabeludo, com a camisa do Che, Legião Urbana ou Cazuza. Eles normalmente se amarram em poesia, mas não aquela bem feita, estilo Vinicius de Moraes, e sim aquele lixo, estilo Renato Russo, ou Cazuza mesmo. Eles gostam disso porque fala mal da burguesia.

Então, um revolucionário costuma amadurecer odiando tudo que é popular ou abraçando o socialismo.

Aí, ele chega na faculdade, e as coisas não mudam muito. Ele pode continuar sendo alternativo ou socialista, mas vale lembrar que um revolucionário legítimo gosta de chocar a sociedade escolhendo uma carreira daquelas bem diferentes. Nada de Medicina, Direito ou Engenharia. Ou eles fazem História pra aprender sobre o Che, ou escolhem carreiras ligadas à cultura, música e artes em geral. Eu respeito pra cacete quem faz graduação do tipo "cultural" ou "belas artes", acho mó barato, sério, mas enfim, deixa pra lá.

A faculdade serve pro revolucionário ganhar embasamento pras suas críticas da sociedade. Lá ele vai ganhar mais conhecimento, autonomia, e pode começar a achar que vai revolucionar o mundo.

Aí ele entra pro Movimento Estudantil e participa de diretório acadêmicos. Faz atos pedindo passe livre nos ônibus, ou mais verbas do governo. Nesse ponto, os "socialistas" costumam digivolver pra "comunistas". Passam a apoiar candidatos que ninguém conhece, e, POR ÚLTIMO...

... se afiliam ao PSTU.

6 comentários:

  1. "Os grungies são sujos, rasgados, e cagam neles mesmos." perdi aí. Há também os revolucionários ecológicos e os Os Revolucionários (que era a banda do Champignon, ex-Charlie Brown).

    De todos esses, não respeito nenhum. Não respeito o Cazuza e não respeito o Renato Russo, pois falar de bolso cheio é facinho. Não respeito o Che Guevara, nem os comunistas.

    Eu sou muito fora-da-lei.

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  2. Mas hã? É isso mesmo? PRIMEIRAAAÇO!

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  3. Mas logo você fazendo campanha eleitoral para o PSTU ? tsc tsc tsc ...

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  4. Olha só, me ofendeu quando falou que entra pra História e Movimento Estudantil. SEI QUE É VERDADE, mas sou um caso a parte.
    Enfim, há também os que entram para o PCR hehehe
    E PSTU Vai Tomar No CU!

    fechou com chave de ouro hahahaha

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  5. Alguns revolucionário , na juventude, criam um blog também.

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  6. * Alguns revolucionários
    desculpe o erro de número.

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