quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Jornalismo esportivo

Mídia. Sensacionalismo. Idiotice. Perda de tempo.

Admito que gosto MUITO de ver programas esportivos, mas sei que às vezes seria melhor ignorá-los. É impressionante o número de abobrinhas que os "repórteres" falam.

Nem vou citar todos os problemas, volta e meia estou me revoltando com esse jornalismo de qualidade. Os exemplos que citarei hoje são apenas algumas perguntas que simplesmente não deveriam ter sido feitas. Não deveriam porque, simplesmente, foram frutos do vazio da cabeça do entrevistador. O tipo de pergunta do idiota que não tem nada pra fazer, mas precisa justificar seu salário.

Imaginem a cena: O Flamengo foi eliminado da Libertadores da América pelo "tradicionalíssimo" time do Defensor (nem gosto de lembrar, a ironia é só pra aliviar minha revolta) em pleno Maracanã. O jogador Renato Augusto está saindo de campo aos prantos, visivelmente abalado, sem conseguir ao menos respirar decentemente.

E é neste exato momento que um cidadão irracional, sem pena do telespectador que seria obrigado a ouvir aquilo, pega o microfone e atira a pergunta: "- Renato, qual é o seu sentimento neste momento?"

Ok, o que ele esperava ouvir ali?

"- Eu estou muito feliz! Estou me afogando em lágrimas de felicidade. Nem queria ganhar a Libertadores mesmo..."

E eu me pergunto: porque?! Porque eles fazem isso?!

Segunda cena: entrevista com Felipe Massa, acho que no início deste ano. O imbecil do repórter pergunta o seguinte: "- Felipe, você pretende ganhar a corrida?"

Como assim?! Porque mais ele correria?

"- Não não. Vou correr pra chegar em quarto lugar. Cansei dessa coisa de pódio, a gente fica todo sujo de champanhe, fica até depois da hora dando entrevista, é um saco. Eu quero terminar rápido porque tô com vontade de cagar."

Meu Deus, qual a qualificação que um ser precisa ter pra fazer uma pergunta dessas?! Quero dinheiro pra fazer isso também!

Último caso: entrevista com o Dunga, sendo que esta foi mais atual. Deve ter acontecido este mês, não lembro direito: "- Dunga, você acha que a Copa das Confederações vai ser difícil?"

Essa foi o cúmulo, por diversos fatores. Além do habitual "o que você queria que ele respondesse?", até por uma questão de profissionalismo mesmo, ainda temos o agravante de que essa seleção aí perde até no Winning Eleven. Queria ver o Dunga respondendo: "É claro! Tenho informações quentinhas que as outras seleções vão jogar com suas representações sub-13. Vai ser molezinha, mel na chupeta! Mamão com açúcar! Tá no papo já, pode preparar a festa!"

Francamente, viu...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Talentos da propaganda

Há uns dias atrás eu estava vendo TV, ou seja, estava fazendo nada. Eu não sei se a maioria das pessoas é como eu, mas eu tenho um pequeno problema nesses momentos: às vezes eu estou olhando pra tela, mas na verdade não estou prestando atenção alguma. Não estou interpretando nada que aparece ali (não que isso seja realmente ruim), e isso acontece com mais frequência durante os comerciais. Isso significa que, quando passa um comercial, eu tenho apenas uma idéia vaga do que ele quis dizer, porque não direcionei meu raciocínio para ele realmente, apenas ouvi inconscientemente. Entendida esta parte, vamos continuar o assunto.

Começou a passar algo que eu interpretei como um comercial do McDonald's. Falava qualquer coisa sobre sanduíches e tudo mais, como sempre. Mas eu senti que havia algo de diferente naquele. Eu não me lembrava com perfeição, e agora vocês já sabem o porquê, mas sabia no fundo do meu subconsciente que eu havia ouvido algo muito ridículo: "VIF's - Very Important Frangos". Infelizmente, quando me dei conta de como aquilo era absurdamente débil mental, o comercial já havia passado, e eu não consegui ver nunca mais.

Num gesto que demonstrou toda a minha inutilidade, fui procurar por esta genialidade da propaganda na Internet. Daí constatei a verdade: sim, eu tinha ouvido certo. Os tais VIF's são uma nova "linha" de sanduíches do Bob's, o "Frango do Chef Ranch" e o "Frango do Chef Siciliano".


Eu mal podia acreditar naquilo! Tal bizarrice era real! Talvez o Bob's estivesse em sérios apuros financeiros, e por isso tiveram que contratar um menino de 7 anos para idealizar uma nova campanha publicitária, oferecendo, como pagamento, um suprimento vitalício de milkshake. Essa é a explicação mais plausível que eu achei na hora.

A partir desse momento, começaram a voltar à minha memória vários comerciais ridículos que eu havia visto ao longo da minha vida, e eu percebi que "VIF's", infelizmente, nem era o pior deles. É impressionante a quantidade de merda (desculpem a palavra) que a gente vê nos intervalos comerciais. É aquela velha história: "como que alguém paga pra levar isso pra TV?".

A começar pelo rival do Bob's, com o seu "Amo Muito Tudo Isso". "Tudo isso" o quê? Se não houver um significado realmente bom pra esse slogan, que, no caso, eu desconheceria, posso seguramente considerá-lo como, no mínimo, muito ruim. Ele simplesmente não faz sentido pra mim. Se fizer sentido pra alguém, estou aberto a ouvir justificativas e ficaria feliz em me desculpar, porque uma empresa grande como o McDonald's merece um slogan melhorzinho.

Continuando. Várias propagandas classicamente ruins mereceriam ser citadas aqui, como qualquer uma das Casas Bahia, ou de supermercados, como o Prezunic (É! Muito prazee-êêêr!) ou o Guanabara. Meu Deus! O Guanabara abusa do direito de ser ridículo, e eu nem sei se isso fica por conta das musiquinhas horríveis ou se fica por conta do Leonardo e do Fábio Jr. Provavelmente é pelo fato dos segundos cantarem as primeiras (Guanabaaaara, tuuudo por você!).

Também me lembrei de uma outra, muito alternativa por sinal. É uma sobre alistamento militar, que tradicionalmente mostraria cenas de soldados, aviões, combates, e tudo mais. O problema desta em especial é que parece que ela foi feita no The Sims! Não sei se todos se lembram, mas eu cagava de rir! Acho que eles queriam passar uma idéia de videogame, então botavam tudo digital, com direito até a uns menuzinhos, tipo de jogo mesmo. A idéia seria boa, se eles não estivessem falando de ALISTAMENTO MILITAR!

Agora, chegamos no auge: há uma empresa que quebra recordes em matéria de propagandas "memoráveis". Estou falando de ninguém mais, ninguém menos que o nosso querido Dolly Guaraná (o sabor brasileeeirooo)!

Chega a ser covardia citá-los aqui. Faz qualquer "quer pagar quanto?" parecer genial.

O início desta era de obscuridade que assombra a TV aconteceu graças a duas celebridades capacitadas para tal façanha. Não podiam ser quaisquer outros. A tarefa simplesmente tinha que ser executada por essa dupla insuperável...


Sim. Quem não lembra do Rafael Vanucci cantando "Doooooolly, Dolly guaraná Dooolly..." com sua voz impecável, enquanto este poço de talento cenográfico, Kleber Bambam, fazia aparições emocionantes, tomando seu guaraná, com aquele jeito que transborda intelectualidade. Duvido que o Martin Scorsese não suspirasse vendo tão primorosa apresentação. O comercial era um sucesso, comentado por todos. Não sei se no sentido exato de como deveria ser, mas de qualquer jeito era comentado.

Mas como tudo fica ultrapassado, com a dupla não foi diferente. Havia a necessidade de, então, se criar algo novo, e que mantivesse o primor do marketing Dolly. Assim, a empresa investiu milhões em tecnologia digital para dar vida ao ícone...


Dollynho! "O seu amiguinho". A perfeição é tamanha que chego a duvidar se não foi o próprio Steven Spielberg que projetou esta maravilha computadorizada.

Enfim, é simplesmente impressionante como as propagandas da Dolly explodem qualquer escala de ridicularidade. Eu não tenho recursos vocabulares suficientes para transmitir o misto de riso esganado e revolta destrutiva que eu sinto ao ver tais apresentações na TV. E digo mais, o Dollyinho me assusta. Parece uma reencarnação do mal, verde, mal-feita e com uma dublagem lixo.

E é com "isto" que eu vou ficando por aqui, fechando este assunto absurdamente extenso. Óbvio que existem muitas outras propagandas pra citar, mas eu não vou fazer isso, e acho que os motivos são igualmente óbvios.

(Se lembrarem de mais alguma, comentem. Se não lembrarem, comentem também.)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

SAC

A sigla "SAC" deveria significar Serviço de Aborrecimento do Consumidor, já que, no dicionário Aurélio, a palavra atender tem como sinônimo "dar ou prestar atenção", ou ainda "receber com cortesia". Infelizmente, todos sabem que a maioria dos SAC(o)'s da vida não são satisfatórios (estou sendo bem respeitoso).

É uma pena mesmo. Algumas empresas não percebem que elas vivem por causa de seus clientes. A impressão que eu tenho é que ninguém parece entender isso.

"Sr. Fulano, nossa empresa está crescendo, precisamos ter um serviço de atendimento para os nossos clientes. Quero que o senhor fique responsável por ele."

"Sim, sim. Precisamos então resolver alguns detalhes aqui. Quantos setores o senhor deseja que ele tenha?"

"Ah, sei lá, coloque quantos forem possíveis e mais uns dois."

Isso é um dos muitos absurdos: o número de subdivisões totalmente desnecessárias que às vezes você tem que passar. Você é jogado para os mais diversos setores e subsetores até que alguém realmente resolva (ou não) o seu problema. É incrível! Parece que fica um jogando a batata quente pro outro. Se você liga pra uma operadora de telefonia, por exemplo, pra reclamar que sua ligação cai às vezes, você vai passar pelos setores de "Perguntas frequentes" e te mandam para "Cobertura Local" e depois "Problemas com o aparelho" e depois "Problemas da Bateria" e "Problemas na Conexão da Bateria", "Soluções Impossíveis", até que finalmente te dizem que você deve ir a uma autorizada. E ainda têm a cara de pau de pedir pra você dar nota pro serviço, mesmo considerando que você perdeu uma hora e meia da sua vida inutilmente.

Ok, mas eles pensam em você! Tranferir a ligação de um setor pro outro pode demorar. Então o que eles fazem? Musiquinha! Pra você não ficar entediado eles põem a mesma música pra rodar durante todos os 40 minutos que você fica esperando ser atendido. Porra! Mesmo que fosse a minha preferida, eu ainda correria o risco de querer explodir o telefone! Até porque eu não estou ligando pra ouvir musiquinha nenhuma! Eu só penso em ser atendido, mas tenho que ficar ouvindo a mesma combinação sucessiva de sons ritmados e harmônicos forçadamente durante períodos que eu descreveria como "no mínimo, torturantes".

Então até agora temos infinitos setores, e, nos intervalos, musiquinhas repetitivas.

Tudo bem.

Pode ficar pior?

PODE!

Pra minha infelicidade a maioria dos atendentes tem um misto de voz, sotaque e construções gramaticais insuportáveis (assim como o telemarketing). E eu sempre me pergunto: PORQUE?!

Porque será que é tão difícil falar com uma voz que não seja anasalada, ou tristezinha, ou arrastada, ou com um sotaque escroto que parece não pertencer a lugar algum? Porque é tão difícil falar "Eu vou enviar" se "Eu vou estar enviando" é beeeeeem maior? Acho que a maioria das pessoas entendem o que eu quero dizer aqui. O jeito de falar deles é simplesmente insuportável! Estas são dúvidas para as quais eu não vejo resposta, simplesmente não faz sentido pra mim!

E quando você finalmente acha que não dá pra piorar, eis que vem o fato derradeiro: o atendimento automático!

Sim. Aquela voz de robô te dando um milhão de opções num menu "interativo". A idéia é muito boa, mas...

"Para dúvidas sobre Planos, tecle um. Para dúvidas sobre o boleto, tecle dois. Para dúvidas sobre o aparelho, tecle três... (bla bla bla bla bla bla bla)... Para repetir as opções, tecle quarente e sete. Se quiser falar com um de nossos atendentes, aguarde na linha."

Sim, é uma coisa bonitinha, mas é extremamente lenta, porque é apenas um robô ditando todos os infinitos setores que existem! O pior é que às vezes é por comando de voz, e o robô acaba não entendendo, o que torna tudo MAIS lento ainda. E no final você infelizmente vai acabar tendo que falar com um atendente de qualquer jeito, mas com o diferencial de que agora você passou por uns três menus, e uns 10 minutos de agonia (a mais).

E é isso. Na pior das hipóteses você fala com um robô lerdo, ouve trinta vezes a mesma musiquinha, tenta explicar seu problema pra um atendente que tem a voz mais insuportável que você pode imaginar, ouve mais musiquinha, mais voz chata, mais musiquinha, mais voz chata, mais musiquinha, mais voz chata, mais musiquinha, mais voz chata, seu problema não é resolvido e o robô lerdo pede pra você avaliar o serviço (e você tem a ilusão de que tá se vingando).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Fim das eleições no Rio

Fiquei surpreso com a vitória do Paes, juro. Achei que o Gabeira ia ganhar.

"Você votou no Gabeira, né?"

Não criatura, eu não votei em ninguém. Não sou do Rio, sou de uma cidade adjacente onde um certo nordestino razoavelmente carismático massacrou o careca adversário no primeiro turno. E eu votei no careca.

Enfim, estou aqui tentando ver os motivos para a derrota do Gabeira (ou da vitória do Paes, tanto faz), porque é óbvio que a eleição do Rio foi decidida nos detalhes. Não tenho, praticamente, nenhuma bagagem política para fazer uma avaliação precisa e embasada, mas, como de médico, louco, técnico de futebol e analista político todo mundo tem um pouco, posso tentar.

Eu votaria 43. Simplesmente porque eu vejo o Paes como o "homem da mesma coisa", e o Gabeira como o "homem que ia fazer alguma coisa diferente". Isso é uma questão meramente instintiva, eu não sei explicar, mas acho que conseguem entender isso. Pra mim, o Paes vai entrar e tudo vai continuar a mesma coisa, o povo vai até esquecer dele. Já o Gabeira dava a impressão que ia ser um cara polêmico, que ia se comportar como um prefeito de fato. Contudo, nunca se sabe, espero que o Paes queime minha língua (no sentido figurado).

Algumas pessoas, moradoras da cidade em questão, me disseram que por lá é a Zona Oeste que elege, e isso poderia explicar o resultado por si só. O Paes era o candidato da Zona Oeste, era o cara "suburbano". Já o Gabeira era o "garotão" (por favor, entendam que cada letra dessa palavra está pesada de tanta ironia) da Zona Sul. Hoje de manhã eu vi um eleitor do Paes na TV dizendo que o resultado foi bom, " - porque o outro só ia fazer coisa lá em Ipanema, onde ele mora!". Ok, esperamos então que o Paes faça bastante pela Barra da Tijuca, mas continuando com a análise, ainda acho que a diferença deles foi tão pequena que só essa questão local não explicaria tudo.

Talvez quem fuma e quem cheira não tenha votado no Gabeira... não, acho que não. Mas pode ter sido uma questão visual, já que o Gabeira lembra a bruxa Yubaba do filme A Viagem de Chihiro


- Quem? Eu?!

Tu sim. Tirando as bolotas nas orelhas e na testa, e a maquiagem, diria que são bem parecidos. Mas, pensando bem, isso seria fútil demais (ainda que eu não votasse na Yubaba nem fudendo).

Talvez a explicação para tudo sejam os apoios que cada um recebeu, já que o Paes tinha parceria com o Lula e com o Sérgio Cabral...

Porra, peraê! Isso num é uma parceria, é formação de quadrilha!

"Ah, nem é tããããão assim não."

É, acho que estou chegando perto da explicação, brasileiro gosta de bandido mesmo, mas nem vou entrar nos méritos dessa afirmativa porque não quero gastar meus dedos aqui infinitamente.

Lembrando que o Paes também recebeu o apoio de Deus, representado pela figura imaculada de Marcelo Crivella, e convenhamos que isso pode ter feito toda a diferença. Acho que já podemos considerar que esse somatório de fatos são bem relevantes.

Zona Oeste + Honestidade Federal e Estadual + Deus = Vitória do Paes, e vou dando o caso por encerrado aqui.

(Só um último anexo: se eu estivesse em São Paulo, e tivesse que escolher entre Gilberto "Língua Presa" Kassab e Marta "Simpatia" Suplicy, eu escolheria explodir a urna.)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Retorno, desespero e canetas

Voltei.

Sim, estava viajando. Passei praticamente a última semana no OREM, as Olimpíadas Regionais dos Estudantes de Medicina. Foi ótimo e tudo mais. É como se fosse uma festa enorme, em que vários estudantes inconsequentes se reúnem numa cidade distante (Itaperuna foi a desse ano) para xingar os estudantes das outras faculdades durante o dia, nos jogos (futebol, basquete, volei, etc...) e fazer sexo com os mesmos durante a noite, nas festas. A cidade praticamente triplicou de população, pois a cada 10 pessoas vistas nas ruas, 8 tinham crachazinho de participante do OREM. Quando eu disse "inconsequentes", eu me refiro a grupos que esqueceram a noção em suas casas e fazem todas as merdas do mundo longe de seus papais. Isso gera renda, reclamações da população, múltiplas prisões e acidentes na cidade sede. Acho que nem a polícia, nem os taxistas, trabalharam tanto ao longo de suas vidas.

Enfim, este não é pra ser um post sobre o OREM (até porque a faculdade a qual eu pertenço, a UFRJ, teve uma participação medíocre no quadro geral). Na verdade esse post não é pra ser sobre nada, era mais uma obrigação minha, já que tem mais de uma semana que eu não atualizo isso aqui.

Eu poderia bem ter voltado de viagem e ter partido pra Internet escrever os meus postzinhos habituais, mas enfim, lembrem-se que eu passei uma semana fora, e eu faço Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (adoro repetir isso!). Desde que eu voltei NÃO PARO DE FAZER TRABALHOS ENORMES TODOS OS DIAS! Tô ficando com tendinite.

E nisso de ficar escrevendo horas e horas a fio (sim senhores, os professores não aceitam colad... quer dizer, "digitado" no computador), eu percebi uma coisa irritante:

NÃO AGUENTO MAIS A CANETA FALHANDO!

"Ah, canetas falham mesmo..."

Não é esse o problema, falhar é normal, o problema é que ela falha de sacanagem! Ela falha no meio da frase, aí voce vai e testa no fim da página e ela funciona... MAS CONTINUA FALHANDO NO MEIO DA FRASE! E você testa na mão, na parede, debaixo d'água, e a maldita escreve, MENOS NA PORRA DA FOLHA!

Ufa... descarreguei...

Enfim, desculpe por esse texto inútil. O que importa é que ando relativamente ocupado, mas estou aqui marcando presença.

sábado, 11 de outubro de 2008

Evangélicos

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que não tenho nada contra nenhuma religião, ou até mesmo contra a não existência de alguma. Mas, porém, todavia, entretanto estou aqui para salientar o lado engraçado de nossos amigos evangélicos.

É fácil reconhecer um evangélico. Eles têm três características principais: um vocabulário próprio, mania de perseguição e total desrespeito com as outras religiões.

"Ai meu Senhor, essa macumba é coisa do capeta, glória a Deus, Jesus, destrói o inimigo, aleluia!"

Poderia dizer que esta frase resume tudo que eu tenho a dizer, e que me faz rir. Já me estressei muito conversando com evangélicos, mas hoje em dia percebo que é MUITO engraçado!

Primeiro, a mania de perseguição deles é absurda! Daria um bom roteiro pra qualquer filme de ação. O diabo, capeta, Lúcifer, ou simplesmente "Inimigo" é um antagonista fora de sério. Ele trama planos inteligentíssimos, que têm como objetivo conseguir mais almas para seu clubinho. Tudo, eu disse TUDO, é obra do "Inimigo", e a vida para os evangélicos é uma constante guerra, cheia de emoções. Até o jeito de chamar de "Inimigo" dá todo um ar misterioso, aquele vilão com codinome, que projeta a sua sombra do mal sobre os mocinhos. Eu gostaria de ver isso no cinema...

E o vocabulário.

Putz, de cada 10 palavras ditas por um evangélico, 8 são vocábulos que oscilam entre "Senhor", "Deus", "Glória", "Aleluia", "Graças", ou sinônimos. Das outras duas palavras, uma é um verbo e a outra é um conectivo, pra dar sentido na frase (ou não).

Enfim, conversar com evangélicos é uma experiência boa, porque você pode dar boas risadas. Assistir "cultos públicos" então, porra, é hilariante! Aquelas tias gritando nas praças e nos trens. Gente tirando o capeta do corpo dos fiéis (é um poder especial do Inimigo) em plena luz do dia. Se você realmente está vendo por OPÇÃO, é muito engraçado! (Pena que às vezes eles esquecem que as pessoas tem esta alternativa de NÃO QUERER OUVIR o que eles estão dizendo)

Ah, e por último, temos o artefato mágico: a Bíblia.

Cacete, já não sei mais se a Bíblia é um livro ou um notebook com acesso à Internet! Porque TUDO que acontece no mundo está escrito ali em algum lugar. Porra! Que foda! É como se você tivesse uma espécie de BBC, ou GloboNews à mão! Vou pedir uma de Natal...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eu sou brasileiro...

"... e não desisto nunca."
"... com muito orguuuuuulhooooooo, com muito amoooooooooooooooorrr!"

Êita povão patriota!

Eu acho isso muito bonito. Sério. Me emociona. E me emocionaria muito mais se não fosse COMPLETAMENTE FALSO!

Assustado?! Talvez não tanto, porque eu acho que não precisa pensar muito mais que uma planta pra perceber que a maioria esmagadora da nossa população é extremamente ingrata. Pode ser uma opinião meio radical, mas, analisando os fatos, eu acho bem óbvio. E ainda digo isso muito tristemente, porque eu próprio não consigo ser exceção na maioria das vezes.

"Cenário: Copa do Mundo FIFA.

Ruas pintadas e gritaria. Os carros com bandeirinhas, adesivos ou qualquer tipo de acessório verde e amarelo. Tudo muito lindo, as pessoas levantam diante da TV na hora do Hino. Põem a mão no peito e tudo! Ai, que orgulho de ser brasileiro!"

Reparem bem que houve intenção de minha parte em especificar o "FIFA", porque metade dos brasileiros parece esquecer que outras modalidades esportivas possuem competições que não as Olimpíadas. Sim, senhores, os irmãos Hypólito, o Cesar Cielo, a Fabiana Murer, todos eles competem o ano inteiro, não apenas um mês a cada quatro anos. Existem "Copas do Mundo" de outras coisas!

"Ah, mas o Brasil é o país do futebol!"

Exatamente, e é aí que entra a ingratidão, porque em época de Olimpíadas nossos atletas viram nossos heróis! Todo mundo fica acompanhando quadro de medalhas, e comemora até o bronze do hipismo (nada contra).

Mas se o cara perde, pronto, acabou pra ele...

"Porra, o Brasil é muito ruim! Não sei nem porque tô vendo essa merda. Num ganha nada!"

(Chama de "Brasil" porque provavelmente não sabe o nome de quem tá competindo.)

Eu, sinceramente, ficaria muito puto sendo atleta olímpico brasileiro. Ninguém nem sabe quem você é. Se você ganhar vai virar celebridade. Porém, se você perder, coitada da sua mãe! Tudo isso porque o Brasil é o "país do futebol".

E é assim que nós somos, é Brasil na Copa, Brasil nas Olimpíadas...

SERÁ QUE NÓS SÓ SOMOS BRASIL NOS ESPORTES?!

Que tipo de patriotismo é esse? Porque ninguém sacode uma bandeira na janela quando o Brasil fica com a balança comercial favorável? Porque todo mundo faz cara de tédio quando toca o Hino na escola? Porque ninguém sai com uma bandana do Brasil quando cai o índice de criminalidade nacional? Porque ninguém usa bandeirinha do Brasil no carro? E ainda dizem que o "melhor do Brasil é o brasileiro."

"Ah, mais peraê. Nós somos um povo hospitaleiro, divertido, irreverente..."

Boas qualidades, mas...

E SE EU NÃO FOR?!

É chato ter que perceber que o brasileiro é estereotipado por si próprio. Eu certa vez li um comentário mais ou menos assim: "O Felipe Massa nem parece brasileiro! Ele ganha e não vibra, não comemora direito!"

Me diz... o que ele tem que fazer pra "comemorar direito"? Ser brasileiro é pular igual a um orangotango a cada vitória? Eu tenho que ser irreverente pra ser aceito?

Por essas e outras que eu acho que, na verdade, nós simplesmente odiamos nosso país sem assumir. Ninguém sequer liga pro "Brasil", só que é muito fácil falar mal! O Brasil é uma merda pra todo mundo!

Mas em 2010...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Crianças geniais

Ah, como eu odeio aquelas crianças-prodígio que sempre sabem tudo nos filmes!

Não, não é recalque, nem nada disso. Não tenho nada contra uma criança ser um gênio sem comparação. Não ficaria puto se uma criança parasse do meu lado e começasse a me explicar a Teoria dos Pontos Equivalentes do Continuum Espaço-tempo, seja lá o que isso queira dizer.

A questão não passa só pelo fato de saberem tudo, e sim pela coincidência milagrosa destes pequenos nerd's terem dedicado toda a sua vida a reunir conhecimentos aparentemente inúteis, mas que sempre são a salvação numa parte fatal do filme.

Quer um exemplo? Jurassic Park.

Eu me lembro bem pouco do filme, mas após a clássica cena da cozinha (muito boa por sinal), as criançar correm pra uma sala de controle, onde elas encontram não lembro direito quem. Os dinossauros estão tentando passar pela porta e não está dando pra segurar mais a porta e vão todos morrer ali ai meu Deus o que que vamos fazer agora é o fim é o fim é o f... ESPERE! Tem um computador ali! Ele controla as coisas no parque e tudo mais. Porém:

"- AH NÃO! É um sistema complexo e blá blá blá."

Ok, esse é uma parte dramática, todos estão prestes a morrer. A única salvação é um computador que niguém sabe mexer.

Opa! Eu disse "ninguém"?!

Ahá! Vocês não contavam com o fato de que Lex Murphy, a menina assustada, é uma hacker! Ela sempre se interessou por este tipo de coisa, treinou bastante, e agora é a hora de usar! Senta-se na cadeira, põe seus dedinhos habilidosos no teclado e pronto! Estamos todos salvos!

Outro exemplo, A Múmia 2.

O garoto Alex O'Conell entende bem desse assunto de múmias, TÃO bem que seus conhecimentos linguísticos são cruiciais numa parte do filme lá, que infelizmente também não me recordo direito. Mas é mais ou menos a mesma coisa, "...iremos todos morrer se isso aqui não for traduzido!", e ele traduz, coisa e tal, e pronto.

Enfim, isso me deixa muito puto! Pra mim soa como uma super falta de criatividade.

"Ai meu Deus, não há como aparecer um profissional do nada. Err... bem... suponha que a criança..."

E a criança salva todo mundo porque coincidentemente ela sabia TUDO sobre aquele assunto! Mesmo que haja a justificativa de ela saber porque os pais dela sabiam, como é o caso d'A Múmia, ainda acho que é MUITA apelação. As crianças na maioria das vezes são apenas crianças! Mais preocupadas em se sujar do que ficar traduzindo um monte de coisas chatas.

Eu fico imaginando como seria se naquele momento desesperador, o cara vira pra criança e diz:

"- Putz, nossa vida depende de descobrirmos esse código de acesso! Alguma idéia?!
- Não pô! Eu sei tudo sobre o Antigo Egito..."


E os dois morrem, e levam junto esse maldito clichê das crianças-salvação.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Idosos, hipocondríacos...

Antes de mais nada cabe dizer que, obviamente, pessoas idosas têm normalmente alguns problemas de saúde. Isso não chega a ser uma regra, mas é bem um consenso.

Mas o que estou a dizer aqui é que, para eles, há um certo tipo de prazer macabro em estar doente. E isso nem sempre significa que estejam muito doentes, ou que estejam sequer de fato doentes.

É meio estranho como conversa entre gente velha, em grande parte das vezes, passa por uma disputa (paradoxalmente) infantil, que parece contar vitória para quem está pior. É um arsenal interminável de males, que deixaria qualquer clínico boquiaberto. São simplesmente heróis, que suportam todo tipo de dor, e sentem prazer com o fato de seus "concorrentes" saberem disso. A disputa é impressionante, o nível de hipocondria é astronômico, e um demonstra uma mistura estranha de compreensão e desprezo pelo problema do outro.

Não é incomum ouvirmos coisas do tipo:

"Olá Juvêncio, como é que está?"

"Ah, já estive melhor Nicolau..."

(Vai começar o jogo)

"Mas o que houve, está passando mal?"

(Falsa imagem de preocupação, tsc tsc tsc...)

"É que minha coluna amanheceu ó... toda ferrada!"
(Problemas na coluna iniciam 75% das conversas)

"Ah, deve ser o clima, meu calo tá reclamando hoje, o tempo deve mudar."

(Uma contra-resposta bem sutil, muito habilidoso...)

"Ah, espero que não, senão minha rinite vai piorar."


"Ih rapaz, isso não é nada, pior é o meu bico de papagaio."

"É, isso é bem sério mesmo. Meu médico falou que eu tenho sorte por não ter esse problema, porque ia ser horrível junto com a minha hérnia de disco."

(Citar o médico é sempre bom, dá consistência ao problema)

"Isso dói muito né?! Eu sei mais ou menos como é, meu ciático não dá sossego."


"Ai..."

"Que foi?!"


"Acho que tô com febre..."


"Mas você parece bem."


"Pode ser dengue."


"Não, acho qu..."


"Pode ser virose."


"Ih que isso, eu tive virose anteontem, tenho certeza que não é."


"Acho que é gripe."


"Tomou a vacina?"


"AHN?! REPETE PORQUE EU SOU SURDO DE UM OUVIDO!"

(E nessa hora ele se curva todo pra frente)

"A VACINA!"


"Não, nunca tive sarampo."

(Nunca saberemos se ele não entendeu mesmo)

"Eu já, três vezes."

(O outro nem se importou, continuou a disputa, apelando MUITO!)

"Tô começando a ficar com dor de cabeça agora, será que é muito sério?"

(Enfim, ninguém sabe ao certo onde isso vai dar, a disputa é extremamente acirrada...)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Arte Contemporânea

"Nossa, olha que... que... que... 'coisa' bonita, né."

É exatamente assim que eu acho que as pessoas pensam ao ver aqueles quadros, ou esculturas, ou coisas que você não sabe bem definir o que são, feitas em tal período da nossa História da Arte.

Mas a arte contemporânea significa pra mim, sobretudo, uma falta de habilidade, que as pessoas tentam mascarar usando um "quê" de pseudo-intelectualidade. Porque não é possível que todos aqueles círculos e cores e rabiscos e formatos estranhos realmente queiram dizer alguma coisa! Mesmo que sejam coisas como a "dor", ou a "solidão", ou o "fogo-no-cú" do "artista".

Coloco aqui alguns exemplos:

Sejamos sensatos. Qualquer pessoa com uma régua e nenhuma noção de espaço poderia fazer isso. E depois bastaria colocar um nome que ninguém entende e um monte de idiotas num museu iriam babar o seu ovo. Pronto! Parabéns! Você é um artista agora.

Meu Deus, será que as pessoas não enxergam que são só rabiscos? Faria todo sentido se o nome do quadro fosse "12 Graus na Escala Richter", mas provavelmente esse aí estaria mais pra "Expressividade Contínua Do Ódio Entre os Povos", ou qualquer coisa nesse nível de babaquice, ou "intelectualidade", como queiram.


" - Ok, ok, é uma propaganda da Omo.
- Não, isso é arte..."


Com sinceridade, se todas as imagens acima são realmente peças de arte, uma criança, ou uma pessoa em crise epilética, ou até um peixe são artistas em potencial. Será que isso é tão difícil de entender?

Na verdade, me parece que essas coisas só são arte porque o público põe os "artistas" num patamar muito alto de inteligência. Porque se, ao chegar num museu recheado com essas coisas, o cidadão, pensante, sem distúrbios mentais sérios, não dissesse o tradicional "Nossa, que impressionante...", e sim um "Puta que pariu! Quem foi o idiota que fez isso?! Meu cachorro cagou um troço parecido semana passada!", que é o que realmente ele pensou, nós estaríamos livres desse tipo de poluição visual.

Então, por favor, não subestime a sua capacidade. Você não sabe o que o cara quis dizer com aquela pintura?! ELE TAMBÉM NÃO SABE!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Dança Comigo."

Não, não é um post sobre festinha. "Dança Comigo" é o nome de um dos programas mais toscos de TV que eu já tive a oportunidade de ver. Felizmente eu tenho senso de humor, o que me rendeu gargalhadas fenomenais nas duas ou três oportunidades que eu tive de acompanhar tão primorosa bosta da TV brasileira.

Começando com uma breve explicação sobre o "programa": Esta coisa passa (ou passava, não sei mais) na Band, nas madrugadas de domingo para segunda. É apresentado por um ser que se auto denomina Jonas Santana. O roteiro consiste num monte de gente dançando ao som de músicas variadas e o apresentador se intrometendo de vez em quando para falar qualquer coisa.

E eram exatamente essas intromissões que me desconsertavam de rir... (porque as mulheres até que eram bem boas)

"Vem, dança comigo, não quero ver ninguém parado."
"Afasta esse sofá e dança, dança comigo vai..."
"Acorda sua esposa, acorda seu marido, vamos dançar."

"Boa madrugada pra você! Eu sou Jonas Santana, e você é você, então... dança, dança, dança.."

MEU DEUS! Que tipo de gente tá em casa sentado no sofá de madrugada e vai atender a um pedido desses?! Era ridículo! Acordar a esposa?! Divórcio na certa! E o pior... o cara era muito estranho! Era um tiozão muito do sem graça, que dançava igual a um coqueiro, sem entusiasmo nenhum! Ele ficava se balançando de um jeito estranho no palco, do lado das mulheres rebolando, e vinha com essas tiradas sensacionais. Ai.. (enxuga aquela lágrima de alegria no canto do olho) ainda consigo sentir a dor na minha barriga depois de tanto rir vendo aquele lixo...

Realmente, pra quem nunca viu o programa fica difícil de entender, mas a Internet é maravilhosa! O Youtube tá cheio de vídeos inúteis, e basta colocar "Jonas Santana" pra aparecerem várias reproduções do show de bizarrices chamado carinhosamente de "Dança Comigo".


(tá, se você for preguiçoso eu facilito:

http://www.youtube.com/watch?v=dfJUd-1tHHA

...nos 15 primeiros segundos de vídeo já dá pra ter uma idéia do que é a verdadeira genialidade.)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um pouco sobre o metrô...

É impressionante como uma coisa simples, como andar de metrô, pode se revelar tão detalhada quando você é obrigado a fazer todos os dias. (Sim, confesso que é porque os 20 minutos diários que passo no metrô são TÃO entediantes que acabo analisando o espaço ao meu redor.)

Quando digo "espaço", quero que entendam que estou sendo irônico, porque no metrô de manhã tem tanta gente que você não consegue nem respirar fundo por falta de espaço pra dilatação da sua caixa torácica. Bocejar, então, nem rola.

O metrô, nos horários de pico, deixa de ser um mero meio de transporte. Aquilo varia de campo de batalha a tabuleiro de xadrez: É crucial que você delimite bem o seu espaço físico, e que isso seja numa posição confortável pra você, porque trocas de posição são complicadas, exigem movimentos estratégicos. Daí esse lance de guerra e xadrez.

(Só fazendo uma observação aqui: estou falando do metrô porque ando de metrô regularmente. O trem da Supervia é BEM pior! Muito mesmo! Deixo aqui os parabéns para a empresa "Metrô Rio", que me proporciona deslocamento ágil pelas manhãs até a faculdade, e ainda integrações tão necessárias e bla bla bla, mas foda-se, porque mesmo com tudo isso ainda tem os horários de pico infernais.)

Imagine então essa cena às 6 e meia da tarde, onde todos estão cansados e suados e mal-humorados. É um prato cheio pra discussões, que realmente acontecem. Metrô tem barraco direto, tudo é motivo pra briga.

Tem estações que são verdadeiros massacres, o metrô abriu a porta e aquele mar de gente na plataforma se joga dentro do vagão. SE JOGA MESMO! E se você bobear, TE JOGAM TAMBÉM! É uma merda! Todo mundo se empurrando, gente caindo no chão, tudo pra conseguir ir sentado. Vale porrada na cara, cotovelo no estômago, não há respeito algum, ali é a lei da selva mermão. Mulher, se tiver medo, vai pro carro das mulheres, o que num muda porra nenhuma: puxão de cabelo, unha no rosto, "Vadia!", "Piranha!".

Aliás, digo que é nesse vagão das mulheres que acontecem a maioria dos barracos. Tenho a impressão que as palavras "Barraco" e "Mulheres" estão quase sempre relacionadas. Juntou um monte de mulher?! Gritaria na certa!

Hitórias bizarras no metrô eu tenho várias. Já vi um cara dando um socão na cara do outro, já teve até uma filha da puta que mijou do meu lado! As amigas não sabiam onde enfiavam a cara. Elas estavam voltando da praia, e a corna tava bêbada, não aguentou e mijou. Ali mesmo, de shortinho e tudo. Caralho, que vontade de matar ela, mané.

" - Fulana, o pessoal tá olhando.." (a amiga disse susurrando)
" - Foda-se, pau no cu de quem tá olhando!" (a mijona gritando)
" - Ai, todo mundo tá ouvindo, pára!" (falou a amiga, mais envergonhada)
" - Pau no cu do mundo!" (Sem comentários...)

(E conforme o metrô acelerava e freiava, o mijo ia se espalhando)

As vezes o metrô me traz surpresas boas também, como no dia em que eu tava saindo da estação inicial, e o condutor manda essa:

"Bom dia senhores passageiros. Eu sou o condutor (esqueci o nome), e informo que o trajeto entre a Pavuna e a Estácio terá duração de 32 minutos. A previsão do tempo pra hoje é de sol, com temperaturas entre 26 e 30 graus."

Caralho cara! Como eu me senti importante. Normalmente você só ouve a voz daquela mulher, dizendo as estações e os recadinhos usuais. (eu já gravei todos, infelizmente..)

Enfim, vou parar por aqui porque tenho coisa demais pra falar, e paciência (minha e de vocês) de menos. Se tiverem que pegar o metrô nos horários de pico, NÃO PEGUEM! Valeu.

Mundo de filme pornô

Aaaah... essas tramas de filme pornô. Praticamente um sonho. TODAS as cantadas das personagens funcionam, e aliás, funcionam muito bem.

O cara pode ser o encanador que vai na casa da cliente (que por coincidência é super gostosa e sem pudores, sempre), que qualquer coisa que ele diga se consolida em uma boa cena, se é que me entendem, em alguns poucos minutos. Sim sim, eu sei que é um filme pornô, e que praticamente ninguém tá ali pra ver o cara realmente consertando o encanamento da mulher (a não ser que você consiga ver alguma maldade nisso), mas ainda sim a história, quando tem alguma, é engraçada.

"Olá, eu sou o encanador. Gostaria que a senhora mostrasse onde está o cano."

Pronto. A mulher magicamente se dispõe a pegar as ferramentas do encanador e assim o filme tem continuidade.

Você, leitor, pode estar agora imaginando todas as vantagens possíveis de uma vida assim, em que tudo que você fala soa como um chamado infalível ao acasalamento. Tudo bem, é natural isso. Mas agora pense um pouco mais além. Conseguiríamos mesmo ter uma vida assim?! ("CLARO QUE SIM!") Deixe um pouco de lado a imaginação de ser um deus infalível da sedução e pense nas seguintes situações...

Você querendo comprar comida:

" - Me vê um frango assado aí..
- Opa! Minha posição preferida!"


Você na pizzaria:

" -Me vê uma pizza de calabresa por favor?
- Ui! Quer que seja aqui na mesa mesmo, gata?"

No bingo:

" - Pedra número 69!" (e você já sabe onde vai dar isso..)

Indo jogar tênis:

" - Ô Cristina, pega as bolas.
- Você quer que pegue o cabo da raquete também, amor?!"


E por aí vão as situações. Qualquer palavra que remetesse a formas cilíndricas resultariam em alguns momentos de prazer, mesmo que a sua vida realmente dependesse dela pegar aquele bastão, ou aquele cabo de madeira! Festas em que tocassem músicas do É o Tchan terminariam em verdadeiras surubas.

"Encaixa, encaixa, encaixa, encaixa, encaixa.. Remexe e agaaacha!"
"... joga lá no meio, mete em cima, mete em baixo."

(Porra, eu sei que as músicas realmente são maldosas, mas a diferença é ninguém "encaixa" nada durante a festa, ou "mete em baixo" ali mesmo com todo mundo olhando.)

Enfim, é um pensamento idiota, mas você às vezes realmente quer "comer" ou "se divertir" no sentido real das palavras, e num mundo de ninfomaníacos maldosos isso seria bem complicado às vezes.

Eutanásia

Um amigo meu me mandou esse texto.

O texto não é mesmo do tipo "humorzinho" que eu costumo escrever, mas eu gostei, é um assunto importante na minha opinião, então vou postar aqui pra compartilhar com vocês, deixando meus comentários prévios:

"MUITO bom! Leiam!"

...e dando os devidos créditos:

"Valeu Adrianoooo! =)"

Aqui está o texto:

"Deus dá a vida e só ele tem o direito de tirá-la, mas não seria vontade dele de uma pessoa ficar doente e morrer, e errado seria o homem de intervir nessa ordem natural agindo a favor da vida da pessoa e contra a vontade de Deus?

E se Deus não age diretamente, a eutanásia não seria um meio de essa ordem natural prevalecer ou somente acontecer? Ele escreve certo por linhas tortas e também age através de seus servos, os humanos certo. Ou não?

Nós temos direito de escolher sobre tudo na vida e isso se chama o livre arbítrio, a liberdade que nos é dada por sermos humanos, mas e quanto à morte? E quanto a nossa própria morte? Seria suicídio a eutanásia autorizada pela pessoa diretamente atingida ou seria eticamente incorreto negar esse pedido a uma pessoa alheia e levá-la ao suicídio proposital?

Até onde vai a definição de homicídio? Apesar de várias perguntas nesse texto essa possui uma resposta simples, a definição é matar alguém. Mas isso envolve a pessoa em sã consciência pedir sua própria morte por motivos quase óbvios? Eu acho que seria eutanásia deixar uma pessoa morrer sob qualquer outra circunstância, há um conflito, não sei como, entre pura semântica ou jurisdição que envolve as definições de eutanásia e homicídio.

Perguntas e mais perguntas como sempre, mas quando e se obtivermos as respostas, iremos entendê-las?

Às vezes não temos respostas para certas perguntas e ao nos questionarmos surgem cada vez mais e mais perguntas. A vida é um enigma e creio eu que nunca será desvendada, ao menos para nós (humanos), e quando nos depararmos com estas respostas (se, e em vida ou não) não iremos debater ou compartilhar (ao menos não em vida), mas isso não passa de somente opinião pessoal e pessimista em relação ao conhecimento em si."

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Jornal Popular

Esse post não seria consistente se não houvesse um exemplo real do que pretendo dizer. Por sorte (e por futilidade minha, confesso) eu tenho registro fotográfico. Sim! Eu ri tanto de tamanho paradoxo que tive que fotografar.


Acompanhe essa notícia do jornal O Dia:


Eu me refiro a notícia da parte inferior, dos jovens presos. Não entrarei numa discussão sobre a notícia em si, quero apenas que entendam essa cena. Tal jornal estava pendurado na banca, normalmente. Eu, como outras centenas de pessoas comuns, parei ali para ler as notícias de capa, porque afinal de contas é de graça ("Putz, que mesquinho..."). Aí então, terminada a minha leitura d'O Dia, fui me distrair com o jornal Povo.

Bem, acho que muitas pessoas conhecem o Povo, e tão rápido quanto as lembranças tão sinistras do jornal são as piadinhas que são lembradas...

"Se você espremer o Povo, sai sangue!"

Enfim, qualquer pessoa que ouça isso, e tenha o mínimo de capacidade associativa, percebe que as notícias, principalmente as da capa, trazem imagens que fariam inveja a qualquer Freddy Krueger. Às vezes dá a impressão de que os fotógrafos do Povo chegam ao local da notícia (93% dos casos, notícias de morte.) e esculhambam a vítima, uma espécie de maquiagem macabra.

"Porra, esse cara aqui morreu de que? Atropelamento? Mas ele tá muito inteiro porra, só tá com a cara arranhada. A gente bem que podia esmigalhar o braço um pouquinho, virar o pescoço ao contrário, umas marcas aqui ficariam bem... RICARDO, TRAZ AQUELE FACÃO AÊ! TÁ NA MALA DO CARRO!"

Mas eu também não estou aqui pra falar das notícias um tanto anatômicas do Povo, e sim desse caso específico, que me fez tirar as fotos. Retomando a história, eu terminei de ler O Dia e fui ver o Povo (curiosidade macabra), e então me deparo com isso:

Reparou?! É a mesma notícia, só que contada por babuínos. Eu não consigo expressar a risada que eu dei na hora, mas é impressionante: "Nove filhinhos-de-papai rodaram bonito..." É o auge do jornalismo! Seria mais ou menos aceitável se fosse um comentário carnavalesco.

"É, realmente essas baianas estão rodando bonito nessa Escola."

Mas não é! É "notícia", a playbozada perdeu! (Hahahaha! Se fode aê!)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eleições

Está chegando a hora do exercício da sua cidadania!

"Nossa, que interessante. ¬¬"

Época de eleição, pra mim, é um conflito de sentimentos. Profundo demais? Talvez, mas é bem isso mesmo. É impressionante como essa coisa toda me deixa puto e feliz ao mesmo tempo. Essa profusão de carros de som, e panfletinhos, e mentirinhas, porra, como se no nosso país a democracia funcionasse de maneira espetacular pra ser tudo tão esporrento assim! Maaaaaaaaass não to aqui pra falar da nossa política, só chamando atenção pra essa porra toda de propaganda eleitoral, em que o candidato põe o seu melhor sorriso, e vai pra TV falar um monte de mentiras. Pior: formulários de mentiras. São mentiras padrão!

"Cultura, esporte e lazer são direitos do povo..."
"Saúde e educação. Vote Zezinho!"
"Fulaninha da Quitanda, tudo pelo social..."

Tá, tá bom, e a felicidade entra onde?

Porra! Já assistiu horário eleitoral na TV?! Eu, pelo menos, cago tijolos de tanto rir! É muito ridículo! É aquele momento mágico em que um cidadão vai pra TV, e, como eu já disse, põe o seu melhor sorriso, que pra minha felicidade às vezes é desprovido de dentes. O cara não sabe nem somar os dígitos do seu número e quer ser vereador! É cada bizarrice que aparece.

Óbvio que na maioria das vezes esses não ganham, e sim os cadidatos mais "cultos", que conseguem além de somar seus próprios dígitos de candidato, somar dígitos na sua conta bancária depois, mas isso não é engraçado.

O que é engraçado mesmo são aqueles que levam figurantes com eles. E tais ilustres participantes têm alguma função específica, como uma frase de impacto ("Nesse eu voto!"), ou fazer alguma coisa visual, como um "V" com as mãos. Mas o pior... é quando ele não faz NADA!

"Me viu na TV? Eu apareço 4 segundos do lado do Juventino Cerqueira, ele é meu primo."

(Nossa, ele tem motivos pra se orgulhar.)

E ainda tem esse lance, o tempo. Daria pena se eu não estivesse chorando de rir.

"Joãogomesahoraéessaquinzemeiaoitotrês!"

Ou então aqueles que rimam, só tem poeta!

"Vote certo. Felizberto."

Tem uns que acham que quanto mais alto você falar, mais votos você ganha, e o bom desses é que eles te pegam de surpresa. Você tá lá vendo uma anta lendo o que ele tem que dizer mais devagar que criança na Classe de Alfabetização e, quando troca de cena, antes que seu cérebro consiga entender o que tá acontecendo vem o boçal gritando, sutil como uma Scania! Eu pelo menos rolo no chão de rir!

E ainda há aqueles que fazem AS promessas.

"Eu prometo trazer saúde 24 horas pro bairro de Santa Margarida e adjacências."
"Vou gerar empregos do Centro até o bairro de Curralzinho."


Porra! "Saúde 24 horas" é uma empresa?! Você gera empregos igual gera plantinhas de sementes?! Dá a impressão que metade dos candidatos a vereador nem sabe o que é um vereador.

"AAAAAAAAAAAAHHH! GANHEI! GANHEI! Err.. mas e agora.. o que eu faço?! Acho melhor pergunt.. Opa! Quanto é o meu salário?!"

Triste realidade, acho que a Dona Carmem não ficaria feliz vendo o Toninho Barbeiro falando isso, ele deveria estar agindo logo o problema da sua dentadura! Só tem político ladrão mesmo!

Bem, vou ficando por aqui. Assistam o programa eleitoral e escolham bem seu cadidato. (como se isso fizesse toda a diferença.)

Inauguração.

Este é o início do blog Nada ao Quadrado, não que isso signifique muita coisa, na verdade não significa nada mesmo, como o nome sugere.

Mas e daí?! Tô fazendo climinha de festa de inauguração de qualquer jeito! Sejam bem vindos! Sentem, peguem um copo!

"Discurso! Discurso! Discurso!"

(Com cara forjada de envergonhado, e um leve sorrisinho no canto da boca.)

"A idéia do projeto surgiu na verdade sem grandes pretensões. O nome não tem motivo especial, e aliás combina com o mesmo, que também não tem um objetivo específico. Mas ainda sim eu tenho metas, tenho objetivos, não medirei esforços... (e nessa parte ninguém ouve mais nada, porque só estão ali por causa da festa..) Obrigado!"




(Clap! Clap! Clap! Clap!)